Cristhiane Ferreguett - A paz precisa ser construída

Opinando e Transformando

> Nome: Cristhiane Ferreguett

> Breve biografia: Começou a atuar na educação aos 19 anos. Hoje é professora titular da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Foi presidente da ONG Ser´Luz (2010-2021) e fundou a ONG Nossa Arca, de proteção animal, em 2015. Faz parte da Rede Brasileira Infância e Consumo (Rebrinc), desde a sua fundação em 2013. A Rebrinc é uma rede horizontal e colaborativa que reúne, virtual e presencialmente, pessoas físicas, instituições e movimentos de todas as regiões do país interessados nas temáticas infância e consumo. Além disso, articula e mobiliza atores envolvidos na causa do combate ao consumismo na infância. Planeja e executa ações em diferentes segmentos, da educação à sustentabilidade.

> Em sua opinião, o que é cultura de paz?

Cultura de paz é promover a consciência e o amor. No meu ponto de vista, isso não significa que não devamos nos posicionar frente às injustiças ou não atuar na defesa das nossas causas. Podemos promover as mudanças sociais necessárias, sermos resistências ao modelo de desigualdade que impera, mas devemos agir com consciência, sem sermos levados pela impulsividade e assim arriscar “perder o ponto”, do que deve ser feito, como ser feito, etc. Ações precisam ser realizadas para promover a qualidade de vida, calma e tranquilidade para todos. A paz não é alguma coisa que precisa ser encontrada, a paz é ação, precisa ser construída.

> Como podemos difundir de forma coerente a paz neste vasto campo de transformação mental, intelectual e filosófica?

A difusão de uma cultura de paz inicia a partir de nossas ações, ou seja, sendo modelos do que queremos e de como queremos o mundo.

> Como você descreve a cultura de paz e sua influência ao longo da formação da sociedade brasileira/humanidade?

Sempre que se fala em cultura de paz, se pensa no grande líder pela paz, Mahatma Gandhi. Ele foi um modelo para o mundo de que é possível agir em defesa dos direitos humanos com atitudes pacifistas: “Não precisamos matar o inimigo. O que precisamos é matar no inimigo o desejo de matar”.

> A cultura e a educação libertam ou aprisionan os indivíduos?

Podemos educar para libertar ou educar para aprisionar. Podemos perpetuar uma cultura da violência contra pessoas e todas as outras formas de vida dizendo que fazemos isso por que “é cultural” ou compreendermos que o que é cultura hoje muda através dos tempos, de acordo com a mudança das consciências. Por exemplo, já foi cultural enforcar pessoas em praça pública (inclusive crianças), já foi cultural o duelo entre homens, animais em circo ou tratados de forma extremamente cruel. Hoje a sociedade não aceita mais isso, porque expandiu sua consciência. Compreendendo a necessidade das mudanças e transformações sociais e culturais, a educação libertadora e para a paz tem importante papel. Uma educação includente e que promova ensinamentos de igualdade, respeito e amor é essencial para mudanças de atitudes e comportamentos.

> Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância na difusão do despertar da humanidade.

A tecnologia e o grande avanço na comunicação podem ser usadas para o bem ou para o mal, assim como a maioria das grandes invenções da humanidade. Lembramos aqui que Santos Dumont desejava, e expressou isso diversas vezes, que o avião fosse usado somente para o bem. Sempre temos escolhas. A maioria de nós tem redes sociais, podemos usar nossos espaços para a promoção das mudanças que queremos para o mundo.

> Qual mensagem você deixa para a humanidade?

“A paz do mundo começa em mim!”, esse lema precisa ser vivido por cada um de nós. Quanto mais pessoas estiverem dispostas a crescer em consciência, mais a sociedade em geral evolui. Felicidade atrai felicidade. Consciência atrai consciência. Paz atrai paz.

Dhiogo J Caetano
Enviado por Dhiogo J Caetano em 17/12/2021
Código do texto: T7409565
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