[DIVULGANDO AUTORES AMIGOS] José Santos (Santos)

 

ENTRE FOTOS, ESCRITOS, EVANGELIZAÇÕES E MÍDIA

 

Boa noite, gente amiga! Estreei uma divulgação voluntária de autores amigos, afinal nessa vida não é só receber, precisamos também doar, entregar, trocar, compartilhar, e por aí vai.

 

O cantinho do poeta de hoje é dedicado ao seu José Santos (seu Santos, como gosta de ser chamado), carioca de 72, morador de Campo Grande, no Rio de Janeiro (RJ), que gosta muito de ler jornais, notícias, livros, e aproveita para tirar fotos de variadas cenas do cotidiano e, em seguidinha, escrever textos reflexivos, poesias e pequenas crônicas sobre as cenas que fotografa. Seu Santos diz que escreve desde que era jovem. Em seu texto “À Beleza de Escrever à Mão”, que revisei (*) esta semana, ele nos remete a uma saudade dos tempos de antigamente, sobressalta-se com as reviravoltas do progresso e, mesmo assim, mostra-se firme em manter o hábito insuspeito das anotações noturnas, ampliadas pela câmera inquieta diurna:

 

A Beleza de Escrever à Mão

 

Hoje sabemos que o número de pessoas com letra ilegível é imenso.

 

Aprendi a ler e a escrever abraçando um lápis com a mão, num exercício artesanal no inesquecível caderno de caligrafia. Lembro-me do Colégio Primário, das pesadas carteiras de madeira, dos livros e cadernos encapados, sem orelhas... das redações, dos bilhetinhos na sala de aula... Quantas saudades!

 

Aí os tempos mudaram, tudo ficou tão simples!

 

Veio o celular, sofisticado, que permite o envio de textos e mensagens de voz... Pois é...

 

Eu ainda continuo com meu velho hábito: na calada da noite, escrevo minhas matérias, é quando o silêncio me inspira. Quando fotografo algo, no dia a dia, é preciso escrever, para dar um significado.

 

por Santos Mídia Digital.

Campo Grande,

Zona Oeste do Rio.

 

Os textos e as fotos seu Santos geralmente publica em seu Facebook e, além de escrever, fotografar e ler com frequência, seu Santos também trabalha bastante com mídia (ver imagem), letreiros, banners e demais serviços de comunicação (no final deste post você encontra o link do perfil de José Santos no Facebook e o do site comercial dele). Mas ele não para por aí: além disso tudo, encontra tempo para duas atividades que considera fundamentais: evangelização e distribuição de alimentação a pessoas em situação de necessidade.

 

Ele conta que de 2016 até o começo deste ano trabalhou voluntariamente fazendo evangelização pela IURD de Campo Grande, no Rio, e além de evangelizar, ajudava outros integrantes do grupo Anjos da Madrugada a distribuir alimentos para pessoas em situação de rua. Segundo Santos, havia um grupo para ajudar as pessoas em presídios, linhas do trem, moradores de rua (o Anjos da Madrugada), entre outros.

 

Desse apoio a pessoas em situação de necessidade Santos também aproveita boas inspirações para composição de seus textos, como este, chamado “Ovelha perdida”, que revisei hoje (domingo):

 

OVELHA PERDIDA

 

Imagem: Acervo pessoal de José Santos.

 

Por José Santos (*)

 

Veja esse senhor de mochila nas costas...

 

Chama-se Élcio.

 

Ele tem 52 anos de idade, e há quatro anos vaga pelas ruas, dormindo sob as marquises.

 

"Um bom conhecedor da bíblia". Congregou por muitos anos na Igreja Batista. Desviado dos caminhos do Senhor e distante da família, hoje vive perambulando, aqui e ali. Suas palavras são firmes, seu raciocínio é rápido, responde as minhas perguntas sem pestanejar.

 

Quando conversamos, senti revolta em suas palavras. Talvez por consequência de alguma ingratidão de que foi vítima, que o deixou assim. Desgostoso.

 

(*) Evangelista - Anjos da Madrugada.

IURD - Campo Grande, RJ.

(Cine Palácio)

 

No breve porém reflexivo texto, Santos já começa no título com uma intertextualidade com os textos bíblicos, e já nos direciona a conhecermos quem é a pessoa da foto. Ele tem nome, uma idade, uma história dormindo nas ruas. É uma pessoa como nós. Santos complementa a descrição do rapaz mostrando que ele tem um raciocínio rápido, é seguro de si nas respostas, ou seja, tem boa cabeça, mas desgarrou-se. Uma ovelha perdida.

 

Nesses dois textos de José Santos percebemos um tom sereno de escrever, que nos dá uma calma para ler o que está sendo narrado. Isso não o impediu, no entanto, de finalizar o segundo texto de forma um tanto seca, direta, mas não rude, apenas possibilitando que o leitor se sirva do mesmo desgosto que Élcio está sentindo. É com esse sentimento que Santos encerra abruptamente o texto, para que interrompamos a leitura com tal sentimento mais aflorado e sintamos empatia por Élcio, para que nos coloquemos um pouquinho que seja em seu lugar.

 

Mas nem só com desgosto deve ser encarado o poema, afinal Santos também está na foto que o inspirou a escrever o texto, e na foto ele está ajudando Élcio e outras pessoas, praticando evangelização e ajuda humanitária, então saibamos ler a foto e o texto num contexto maior, não só pelo contexto do desgosto de morar na rua, mas também pelo contexto daquele que acolhe um semelhante, dentro das possibilidades que lhe couberem: visitando um asilo e conversando com os idosos, servindo-lhes café (eu fazia isso em minha cidade natal), visitando uma creche para contar histórias infantis às crianças, visitando uma criança em um orfanato e levando algum brinquedo e um abraço, fazendo uma oração por alguém que está doente ou que já desencarnou, ajudando um poeta iniciante a publicar seus textos, dando aulas gratuitas para jovens que vão fazer o ENEM, reservando (no caso de advogados) um tempinho por mês para atender nem que seja um cliente gratuitamente, com algum conselho, direcionamento, análise, ajudando alguma ONG com distribuição de cestas básicas, ou na organização das cestas, ou no transporte, ou doando alguma ajuda financeira mesmo. Exemplos de como acolher um semelhante há aos milhares, precisamos é praticar. Como seu Santos. Que os Santos abençoem Santos.

 

Perfil pessoal de José Santos no Facebook.

Acesse Santos Letreiros.

(*) O trabalho de revisão textual eu cobro normalmente do seu Santos, que é meu cliente, mas a divulgação/resenha de seus textos e de sua ajuda às pessoas fiz coração mesmo, e iniciei hoje um projeto informal de divulgação gratuita/voluntária de autores amigos, que podem ou não ser meus clientes também, mas o serviço de revisão e a parte de entrevista/divulgação de autores não fazem parte um do outro, embora saibamos que uma coisa bacana geralmente atrai outra coisa bacana na vida da gente. 😊 👼🙏🙏🙏

Tony Roberson de Mello Rodrigues
Enviado por Tony Roberson de Mello Rodrigues em 26/02/2023
Reeditado em 26/02/2023
Código do texto: T7728488
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