A PAIXÃO E OS DESAFIOS DA TELEVISÃO MINEIRA

Lucas Paio é um jovem e talentoso publicitário e produtor de TV. Há dois meses na produção do Programa Graffite (TV Alterosa), ele nos dá uma entrevista exclusiva. Onde ele fala da sua paixão com a televisão e os desafios dessa profissão.

BrasilWiki: Por que escolheu a profissão?

Lucas: Pelo desafio de um trabalho com muitas novidades e sem rotina. Produzir um programa envolve muita coisa – desde escolher uma matéria, fazer roteiro, orientar as filmagens, acompanhar a edição, até coisas práticas como montar um cenário ou providenciar figurinos. E uma semana nunca é igual à outra, nem mesmo os horários de trabalho são fixos. Esse desafio e as várias possibilidades que existem na profissão foram o que mais me atraiu.

BW: Quais as dificuldades do cargo exercido?

Lucas: Trabalhar com produção em Belo Horizonte nem sempre é fácil, pela falta de recursos que existe. Às vezes é difícil conciliar os prazos entre todos os membros da equipe (repórteres, câmeras, auxiliares etc) para fazer uma matéria e ela acaba não saindo. Conseguir uma banda de qualidade para tocar ao vivo toda semana nem sempre é fácil, às vezes uma banda cancela em cima da hora e é preciso procurar outra pra preencher o espaço... Patrocínio também é um pouco complicado, pelo perfil conservador que têm os mineiros, e produzir um programa com pouco dinheiro certamente exige malabarismos. Mas todas essas dificuldades fazem parte do dia-a-dia, e é até mesmo um estímulo para driblá-las do melhor jeito possível.

BW: Quais as qualidades do trabalho.

Lucas: São muitas. Envolve muita criação – de quadros, matérias, perguntas, interatividade. É uma área que me atrai bastante e é possível fazer muita coisa nesse sentido. A oportunidade de conhecer muita gente dos mais variados campos de atuação, a gente sempre aprende mais a cada dia. É um trabalho dinâmico, sem rotina, que não entedia nunca. O clima de uma emissora de televisão também é muito agradável, foge um pouco do ambiente corporativo e entra mais no campo das artes, do entretenimento. Dá pra ter uma resposta bem mais direta do público, porque eles sempre ligam, mandam cartas, e-mails – então não fica aquela coisa “no escuro”, sem saber pra onde se está atirando.

BW:Como é o seu dia-dia?

Lucas O programa é feito ao vivo todos os sábados, às 13h30. No começo da semana, segunda e terça, são os dias que olhamos o programa do sábado anterior, ver como foi a audiência, os e-mails recebidos, as sugestões. A partir disso, pensamos no programa do sábado seguinte, elaboramos as matérias, e na terça-feira à noite é feita uma reunião geral em que todos da equipe se reúnem para discutir o programa. De quarta em diante, é botar a mão na massa: gravar as matérias, editar, fechar a banda, fazer o roteiro do programa, providenciar o que for preciso. O sábado é o dia mais intenso – apesar do programa só começar às 13h30, todos chegam à TV às 9h para prepará-lo. Então é hora de montar cenário, palco da banda, acertar os detalhes. Durante o programa em si, fico responsável por receber os e-mails que os telespectadores enviam, selecionar os melhores e passá-los ao responsável que lê esses e-mails ao vivo. Todo mundo da produção e direção fica sempre com um rádio e através dele ficamos sabendo dos eventuais problemas e resolvemos. Sábado às 15h, vamos embora pra casa e na segunda já começa uma nova semana...

BW: Fale-me um momento inesquecível.

Lucas: Ah, nos últimos meses já andei de limusine no centro da cidade, já virei à noite numa raive gravando matéria, já conheci alguns artistas de quem sempre fui fã. Então vira e mexe acontece alguma coisa inesquecível. Mas acho que a sensação de fazer um programa ao vivo pela primeira vez é o momento mais marcante.

BW: Alguma dica para quem quer entrar na profissão?

Lucas: Não ter preguiça de trabalhar e muito menos medo de arriscar. Televisão é muito trabalho e muito risco – mas deve ser por isso que é tão divertido.

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