O quê não hei de ser... ( sombras à clareira)

não sou poeta

tampouco escrevinhadora

escrevo para pegar atalhos

e adiar por pouco

a data de minha morte

(serpenteio entre palavras

sem história

e com muito menos método)

cego-me de tanto olhar

a enseada dos mil sentidos

que dormitam

à espera da scintilla

que jaz no olhar de cada um

e cada linha que escrevo

perdida está

na memória do mundo

tão insignificante

como parir

qualquer teoria

(desensualizações voluntárias...

Eros e Exus no caximbó)

se eu me afogar

neste mar de idéias

em latência

meus pulmões

já agualusados

hão de respirar o ar renovado

de 1´prosa onírica

chancelada

in dormentia

na pele

de cada um