Queiex Esmeraldinus #014: O PALHAÇO, O PICADEIRO, A POESIA E O POETA - Dueto

Queiex Esmeraldinus #014: O PALHAÇO, O PICADEIRO, A POESIA E O POETA

BOSCO ESMERALDO

No circo, na arquibancada, nas cadeiras,

Nas gerais, nas coxias, no picadeiro,

Faz mungangas, posa de faroleiro;

Grita, fala, faz careta o Palhaço.

A galera agita, chora e rir, não é de aço.

Ele encobre o seu sentir verdadeiro.

No circo, nas gerais, gritam e ele encobre,

Blindando o seu íntimo, o

Coração;

Nos poleiros, nas coxias, grande emoção;

Os apupos, "filt-fiu", gesto nobre. 

Enquanto lhes dão grande aclamação,

Sangra o dorido peito deste pobre. 

De fato, preciso ser grande ator

Pra de profunda dor gerar sorriso,

Com alaridos, bravos, gargalhada. 

E esboça triste riso, voz embargada;

Faria uma vez mais, fosse preciso;

Alegria que vem de um sofredor.

De símile modo, assim age o poeta,

Da dor sentida, seja noite ou dia,

Ou da incontida alegria refaz sua meta,

Se recompõe, desperta, pensa e cria,

Qual um palhaço, seu tino não lhe veta;

Tudo o mais transforma em bela poesia.

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Queiex Esmeraldinus #???: DO PICADEIRO À FANTASIA DA POESIA

MARGARETH D S LEITE

(Garimpado e lapidado no Queiex acima)

O céu, uma grande e imensa lona,

O mundo, a vida um picadeiro,

Todos atuamos como passageiro,

No palco da vida nos decepciona.

Com vãs promessas, nos ilusiona,

Os das gerais são em primeiro.

Como artista driblamos circunstância...

Na arte de escrever, da alma o poeta encanta,

Chora ou faz chorar, enquanto decanta;

Seu sentimento na poesia, exuberância.

E o que está triste até canta;

O que pra uns é muito extravagância. 

Como mágico à letra faz ter vida;

Em palavra, demonstra o seu sentimento.

Como da cartola, tira do coração

Fazendo vibrar no palco da vida a emoção

Platéia explode de contentamento;

Soltando a gargalhada antes contida.

Sem truques, as palavras mostram seus eus.

Da vida adestrados a prosseguir na lida;

Domamos o mal, se, guiados por Deus;

Assim o poeta, descreve e consolida

Do coração, os devaneios seus.

Na corda bamba, o equilíbrio envida.

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Alelos Esmeraldinus e Margareth D S Leite
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 06/05/2012
Reeditado em 09/05/2012
Código do texto: T3653115
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