Tributo à força

Conheci uma senhora de origem alemã, com seu jeito meio Hitler de ser. Mandona, possessiva, ciumenta, por outro lado, mãos de fada, tudo que fazia era bem feito. Era uma excelente cozinheira, tricoteira, costureira, para não falar doceira, jamais vi igual.

Muito organizada, acolhedora, protetora, excelente pessoa, amei-a muito. Não, amo muito tudo de bom que deixou entre nós.

Com esta senhora tive grandes choques de geração e políticos, movimento hippie, rock,Getulio Vargas, Leonel de Moura Brizola, entre outros

Lembro como se fosse hoje, sua reação quando alguém a decepcionava: “Fulano (a) me decepcionou, não quero mais saber dele (a)”, entretanto bastava adentrar seu portão que seria bem recebido com pompa, acolhimento e emoção.

Lembram que falei que ela era mandona? Sim, a minha senhora trocou radicalmente de partido nos anos 2000. Quando seu novo partido chegou ao poder, ela ouviu o sino da igreja tocado pro seu filho com emoção descomunal.

Recordo que aceitou gravidez de mãe solteira, homossexualidade e sempre com um grande amor, um acolhimento que ia além do abraço e do carinho, um amor além do próprio amor.

Sim ela era alemã, creio que por isso teve força de enfrentar a difícil vida que viveu. Encarou a perda de vários amores, vidas, de parte da sua própria vida quando perdeu um filho.

Por isso meu tributo aos fortes: imigrantes, índios e africanos. Meu tributo à nossa grande nação Brasileira.

Maugarina
Enviado por Maugarina em 11/02/2013
Código do texto: T4135081
Classificação de conteúdo: seguro