UM DIA HOUVE UM ‘ZOREIA’
 
Seu Zé Correia
Ou seu ‘Zoreia’
Também chamado
Era afamado
... Na região!
 
Quando ele ria
Não mais se via
A orelha dele
Igual aquele
... Nunca vi não!
 
Contava estória
Sempre em vitória
No acontecido...
Nunca vencido
... Bicho era o cão!
 
Um dia contou
(O que espantou)
Que até morreu
Pulou e desceu
... Do seu caixão!
 
Matava onça
Co’a geringonça
Duma espingarda
Pintada ou parda
... Lá no sertão!
 
Um dia sumiu
Ninguém mais viu
Zoreia andar
Prosear, contar
... Chegou São João,
 
Fogueira acesa
Comida à mesa
Lá vem Zoreia
Sujo de areia
... Colher na mão!
 
Contou pra Noca:
̶  Virei minhoca
Vim vê ocês
De última vez
... Lá embaixo é bão!
 
̶  Come-se terra
Ninguém se ferra
Num tem ‘zovido’
Sou mais comprido
... Curto meu chão!
 
̶  O ser humano
Vive de engano
Só faz besteira
Vida fuleira
... Volto mais não!

VARANO, o poema sonoro. Regras e orientações no link   http://ineifran.blogspot.com.br/




Ineifran Varão
Enviado por Ineifran Varão em 21/03/2013
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