Minha menina

A vida machucou minha menina,

hoje, a vida se fez de difícil.

Até a cerveja preferida lhe amargou na boca.

Nas costas, ela carrega um peso,

uma ressaca de todas as segundas-feiras.

Mas ela não pensa, nem deseja grandes coisas,

carros chiques, grandes viagens, maquiagens e apartamento à beira-mar.

Ela se deita pensando amores brandos, abraços sinceros, beijos e arrepios.

Ela fecha os olhos, mas a vida se deita ao seu lado, sussurrando palavras duras no ouvido.

Minha menina não quis crescer tão cedo,

mas a vida disse que era necessário.

Ela cresceu e agora queria poder ser criança.

Queria poder ser imatura,

ser menos cobrada.

Queria poder sonhar de novo.

Queria sorrir no fim do dia.

Minha menina usa fita no cabelo,

dança, sorri e faz piada.

Minha menina grita quando as coisas não dão certo.

Minha menina chora e faz coisas impensadas.

É impulsiva, espontânea, completamente louca - no melhor dos sentidos -

Minha menina é um temporal de fim de tarde,

chuva misturada com sol e arco íris.

Minha menina é uma mulher,

diferente de qualquer uma que eu já tenha tido em meus braços.

Me encara confiante, mas enrubesce quando lhe olho por tempo demais.

Difícil é não fazer isso quando está do meu lado.

Mas a vida machucou minha menina,

e eu não sei o que lhe dizer para acalmar-lhe o coração.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 21/05/2013
Código do texto: T4300935
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