Abstração da madrugada

Nessa madrugada de domingo para segunda

chove bastante aqui em Recife...

e faz um calor infernal ao mesmo tempo.

Penso em você constantemente enquanto tento juntar algumas palavras que desejava dizer em teu ouvido para encher teu coração de coisas boas e esvaziar tua cabeça dessas besteiras que você costuma acumular no pensamento.

mas acho que falhei...

Eu costumava ser mais romântico,

e melhor poeta.

Hoje, eu faço o que posso.

Queria você entre meus braços,

ao alcance de minhas mãos...

Queria sentir o peso de sua cabeça sobre meu peito

teus cabelos entre meus dedos

sentir sua respiração no meu rosto...

e ouvir sua fala inquieta...

ver você perder a articulação dos argumentos

simplesmente por que te olhei nos olhos...

Sei que sou aquele cara chato,

que parece que não fala sua língua,

o cara das frases intermináveis e das lições de moral

mas que não consegue não deixar claro o quanto gosta de você...

e o quanto sente saudades...

me conformo em te dizer isso

sem formalidades, lirismo ou poesia...

espero que isso seja suficiente

para afastar o seu bode

e essas ideias bobas que você faz questão de cultivar.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 09/09/2013
Código do texto: T4473421
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