I ain't no nice guy after all

Quase três da manhã de uma sexta feira de abril.

Acabou-se a cerveja.

Sigo bebendo um licor que eu mesmo fiz.

Na verdade, apenas um fermentado, que aprendi a fazer pela internet. (Para algo de bom ela tinha que servir, afinal).

A Bebida tem um gosto forte de canela, para disfarçar o pouco tempo de maturação que lhe dei.

Bebo e me pergunto porque estou acordado. Pensando ainda naquela mulher, quatrocentos e tantos km a leste.

quase quinhentos...

Pensando em dormir e acordar enrolado em seus braços,

perdidos entre seus cabelos,

com as costas ardendo, marcada por suas unhas,

algumas roídas, e outras mal cortadas... com o esmalte vermelho, cheio de buracos.

Eu me pergunto, como vim parar aqui.

... onde vou terminar,

e se mereço terminar nos braços dela.

I aint no nice guy after all... (como diz a música)

Termino o copo de licor... e o gosto de canela chega a incomodar,

descendo garganta abaixo.

Queria uma bebida menos doce.

Queria dias mais fluidos e um céu mais azul.

Tudo que eu queria agora, na verdade

era o cheiro de maresia,

acompanhado do som dos passos daquela garota,

correndo em minha direção...

me dizendo que me amava,

sendo eu, um bom rapaz,

ou não.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 26/04/2014
Reeditado em 27/04/2014
Código do texto: T4783298
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