Minha "prisão de verbo"

Eu quis escrever uma carta,

para a mulher mais difícil do mundo.

ou talvez ela seja simplesmente a mulher mais difícil

pela qual eu já tenha me apaixonado.

Eu quis uma carta profunda e intensa,

como as que eu tinha o costume de escrever,

para mulheres que não significaram nem um décimo do que ela agora significa para mim.

Mas falhei. Falhei miseravelmente.

Nada com essa mulher é fácil...

e as vezes tudo parece beirar o impossível.

Eu nunca consegui expressar meus sentimentos para ela

com a precisão desejada

e as vezes chego a me sentir como um garoto de quinta série,

apaixonado pela professora.

A impotência verbal que ela me causa contrasta com o desejo

e com a carne,

espalhando confusão em minha cabeça.

Estou doente... eu sinto.

Com uma terrível 'prisão de verbo'.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 22/06/2014
Código do texto: T4854905
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