FRIO...
 
Faz um frio glacial...
Por que tu és assim tão franco?
Já congelei até meus flancos.
Na tua fúria invernal.
cobre até a luz do fanal...
 
Verga os galhos dos lariços,
Infrene e tão branca, a neve!...
Eu só, quedo-me ao feitiço
das lufadas que descreve
o vento frio e maciço.
 
Frio! Meu mundo é tão branco!
E já pressinto o final...
 
Pois, um frêmito se atreve
a percorrer o meu sangue;
minha fronte pende, langue...
Tudo em mim é frágil... leve...
Sim, eu sei... Tudo é tão breve!
 
Ah! Esse frio é um embargo,
pois se neva até nos versos
que nas folhas brancas largo,
despedaçados... confessos...
Blocos de gelo tão amargos!...
 
Frio! Talvez eu me zangue...
Inda espere que eu releve?
 
 





( Imagem : Mikael Sundberg- disponível no site http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=24874



( Diplopente Duo é um dos gêneros poéticos criados Por Od L Aremse Peterson. Veja as normas em sua escrivaninha. Acesse o link:
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