De grão em grão [71]

Que apenas o amor não é suficiente para que uma relação dê certo, eu já sabia. Quando a gente ama, parece que o amor é tudo, que o amor basta, que não precisamos de mais nada. Mas como tudo na vida passa, esse amor super-suficiente também passa.

Esses dias, ouvi dois comentários de pessoas diferentes sobre o relacionamento dar certo ou não. Falavam especificamente do casamento, mas creio que podemos generalizar.

O primeiro comentário foi de um amigo que estava recebendo um convite de casamento pelas mãos da noiva. Ele disse: “Se você tem certeza que ele vai te fazer feliz, não se case. Mas se você tem certeza que você vai fazê-lo feliz, então se case.”

Creio que ele quis dizer que não vale a pena apostar a nossa felicidade em outra pessoa. Não é um bom negócio ficar esperando que alguém nos faça feliz, mas nós próprios sim somos muito capazes de sermos felizes com quem escolhermos. Nossa felicidade não pode ser condicionada – a uma pessoa, a um lugar, a uma época, a um valor monetário.

Por outro lado, como vimos, ele a aconselhou a somente aceitar o pedido de casamento se ela se sentir capaz de fazer o noivo feliz... Podemos nos esforçar para proporcionar a felicidade à pessoa amada.

O segundo comentário foi feito por um casal. Eles disseram que para que um relacionamento dê certo, é preciso prestar atenção nos defeitos e não nas qualidades. Fato.

Geralmente, a gente escolhe a pessoa exatamente pelas suas qualidades, por aquilo que apreciamos, que nos atrai. Mas segundo este casal, são os defeitos que definem se a vida a dois vai dar certo ou não. Já que todos temos defeitos, o termômetro é: sou capaz de suportar os defeitos da pessoa?

Eles disseram que as qualidades logo serão esquecidas, mas os defeitos persistem. Então, se formos capazes de lidar ou relevar, tudo bem. Ou ainda, se após um diálogo, o “defeituoso” se dispuser a se consertar, também resolve.

É claro que estes dois comentários são apenas para refletir. Não acredito que exista uma receita absoluta para a felicidade conjugal, mas que cada casal deva construir a sua vida a dois, do seu próprio jeito.

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 02/01/2015
Reeditado em 02/01/2015
Código do texto: T5088377
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