Tana Ora

Peço desculpas a mim mesmo pela pressa em m'expressar em tão poucas linhas.

Peço desculpas a mim mesmo por não ter com quem falar --

Peço mais um tempo -- viver é tão breve, tão indecidível, tão improvável quanto impossível.

Peço um aumento -- no tamanho, na extensão da folha de papel. Quero escrever até o céu!

Peço uma resposta do horizontem -- aquela linha imaginária real que o hoje apaga. Uma estrada segue quem segue por ela.

Peço que não m'entendam -- e que, ad hoc, fiquem onde estão. Que não percam tempo tentando ler nem m'entender. Sou isso, sou esse. Sou coisa humana. Sou de pegar pelo pé do olvido e me fazer lembrar.

Sou de largar -- de tudo -- pra ficar -- mudo.

Sou de lascar. Sou de lua -- alma de escritor, verso reverso, inverso valor. Sou coração quieto que grita a galopes.

Sou isso e nada mais. Sou nada e muito mais. Sou você em mim. Sou eu em você. E não posso ver-me longe de ti.

E já não estou aqui. Devo estar por aí...

Sou de ouro -- que dói no couro do humano desengano, maquinário de carne, osso e medo. E meu segredo há --