Contos Esmeraldinus #002: JANDAIA EM LOUVAÇÃO

ATENÇÃO!

Tenho o prazer de comunicar que a categoria ODE QUIDEM

já foi incluída neste Recanto. Por favor! Os textos produzidos

neste novo estilo agora já podem ser aninhados em sua

devida pasta Experimental>Alelos_Esmeraldinus>Ode Quidem.

Notem que estou removendo o trema de "Qüidem" para

adequar a categoria à nova ortografia vigente. _ "Por que então

escreveu esse tempo todo com "trema"?" _ pode alguém

perguntar. Apenas com o intuito de internalizar a pronúncia

correta, já que não temos mais o "trema" diferencial.

Muito agradecido pelo total apoio tanto na leitura quanto na

produção escrita!

JANDAIA EM LOUVAÇÃO

Contos Esmeraldinus #002

Acho que as maritacas são mui bem-vindas, mesmo com o risco de por desordem no madrigal de um bando de pássaros em orquestração a saudar o alvorecer de um novo dia.

Muitas das vezes, nos sentimos engessados para o fazer tudo bem bonitinho. Para quem observa, é um encanto, mas não percebem nem o gesso nem a saia justa em que nos metemos e damos graças a D'us quando podemos nos livrar das amarras, etiquetas e tais.

Daí vem um teatro, um circo e conseguem nos arrancar sorrisos, vivas e saraivas de infindos aplausos. As maritacas são domáveis e seu prazer é aprender e mostrar publicamente o que têm aprendido.

Falando nisso, em 1987, ganhamos uma jandaia (no nordeste, assim são chamadas as maritacas). Muito inteligente e foi amor à primeira vista. Tanto nós como ela nos encantamos mutuamente um pelos outros. Ela falava quase nada, mas o pouco que falava, valia um tudo, de fato. Chamava o nome de Rose e dos meninos sem errar nenhum. Se os meninos ensaiavam uma briguinha de crianças, lá vinha ela voando para apartar a acirrada disputa.

Sempre que eu chegava em casa ela me saudava com um acutíssimo grito: _ "Glória a D'us! Glória a D'us! Glória a D'us!". Todos se encantavam e diziam que, "...na casa do pastor, até a jandaia é crente". Confesso que não acreditava ser o que diziam que ela falava. Para mim, não passava de um "Piritiu!" ou algo semelhante e que o pessoal exagerava ao interpretá-la.

Certo dia, cheio de dúvida, me acheguei dela e, conçando-lhe a cabecinha, conversava com ela com minha usual voz de tom grave. _ "Bom dia, And Jand! Tudo bem?" _ Ao que ela, tentando imitar-me o tom de voz, falou de modo grave e bem plausível: _ "Glória a D'us? Glória a D'us?"

A partir daí não tive mais dúvida do que ela realmente palrava.

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Brotou enquanto interagia com um belíssimo texto da exímia poetisa IRENE COIMBRA.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 17/05/2015
Reeditado em 21/05/2015
Código do texto: T5245108
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