A Criatura ( conto poético)

A criatura

Caminhando entre os porões mal iluminados,

daquelas moradas que vemos só nos momentos mais tensos.

Ela se aproveita para te devorar,

arrancando pouco a pouco o pouco da lucidez que vive em sua mente.

Quando se olhar no espelho, o túnel de todo o questionamento

Tocará em sua própria face

E perceberá que em partes

O teu coração vive dentro do teu peito.

Deitará insatisfeito, sempre com uma parte do copo vazia

E ao fechar os olhos, a criatura lhe incomodará.

Sempre jogando em sua cara encoberta de desculpas

Todas as desculpas e falhas que lhe fez sentir-se assim.

A criatura é muito mais voraz do que qualquer mal externo

Ela vem e floresce no seu interno

E então te destrói.

Medo por vezes vencido

Ela voltará no primeiro momento de fraqueza

_ Acha que me venceu, ou penas desistiu de lutar?

Enquanto todos esses questionamentos não em sua mente,

Mas sim em seu coração viver

A criatura sempre estará,

Por vezes dormindo, por vezes sonhando

Por vezes lhe devorando

E lhe preenchendo com um manto grande de solidão...

A criatura é sua cria, sua obra prima mais destruítiva

Ela é tudo o que um dia quis ter

E por “causas” não conseguiu...

Nomor
Enviado por Nomor em 05/10/2015
Código do texto: T5405205
Classificação de conteúdo: seguro