Erosy

Rompo com os dedos, a fina pele dos teus pudores

e levo a boca, o suco, carregado de sabores,

dos teus pensamentos inquietos.

Passo a língua por teus lábios

com o mesmo ímpeto, que te devoro,

aquele receio malcriado,

que tinha se aninhado em teu ventre.

Percorro teu corpo, mas me perco,

na visão de teus seios, tão rosados.

E mergulho na vastidão dos teus cabelos,

tentando me afogar,

na sensação de completude.

Enfim, saciado, durmo,

com nossas pernas

e vidas entrelaçadas,

como se fôssemos

imunes aos séculos e às horas.

À loucura e ao barulho de um mundo,

pronto a se acabar.

Até que você se acorda

e teus olhos me convidam a recomeçar.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 17/02/2016
Reeditado em 17/02/2016
Código do texto: T5546040
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