Sem Saída/Talvez

Sem saída.

emaranhado em teus cabelos.

Contando os sinais nas suas costas,

como se fossem estrelas no céu,

tentando dormir antes que você me deixe, como se nada tivesse acontecido.

Queria apagar antes da hora de ir embora,

e que esse fosse o ato final de nossas vidas.

Que as cores que pintamos sobre essa cama fossem as últimas cores que meus olhos vissem.

Que tua boca fosse a última coisa que eu provaria nessa vida.

Mas a brutalidade da vida nos afasta.

Você é quem você é. Nunca se deixa ficar por muito tempo em um único porto. E o vento deve me levar pra qualquer outro lugar, sem você para me segurar ao chão.

Sem saída,

devoro teu pescoço, esperando que você acorde e me ame mais uma vez.

para queimar,

incendiar tua carne junto com a minha,

antes que tua frieza do pós amor

nos congele,

e o medo que carregas nos teus olhos,

te faça sumir escada abaixo.

(...)

Teus olhos...

são sempre as últimas coisas que lembro de você.

Mesmo quando a imagem do seu rosto já ameaça se desvanecer de minha memória, teus olhos ainda estão lá. Pregados no meio de minha mente... me perguntando por que eu nunca corro atrás... por que eu não te trago de volta, todas as vezes que você foge...

Talvez eu faça hoje.

Talvez, dessa vez, eu te prenda a mim,

talvez eu me precipite no abismo que é você,

cercada de perguntas e dúvidas,

muito mais do que respostas.

talvez...

talvez...

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 17/08/2016
Código do texto: T5731319
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.