Tenho costas largas de desassossegos:
Uns emudecidos...
Outros esquecidos...
Veem ululantes...
Desassossego de costa livre, quase por transmutar.

Tenho olhos desnudos de fraquezas:
Umas poderosas...
Outras perigosas...
Veem flamejantes...
Franqueza de olho aberto, quase por encantar.

Tenho mãos calejadas de sonhos:
Uns delirantes...
Outros dilacerantes...
Veem galopantes...
Sonho de mão aberta, quase por voar.

Tenho pés descalços de pessoas:
Umas poderosas...
Outras dengosas...
Veem dilacerantes...
Pessoa de pé descalço, quase por voltar.

Tenho peitos abertos de propósitos:
Uns solidários...
Outros solidários...
Veem de peito nutrido, quase por gritar.

Tenho umbigos repletos de ousadias:
Umas pequenas...
Outras amenas...
Veem de umbigo pulsando, quase por cantar.

Tenho costas desertas de outros:
Uns ausentes...
Outros descrentes...
Veem de costas protegidas, quase por libertar.
Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 04/09/2017
Código do texto: T6104499
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