Na mesma

Talvez um dia eu pare na sua frente e te peça

um pouco de sinceridade.

E talvez eu seja rude nesse momento,

como quando eu estou perto de perder a razão.

"o que é esse amor, que você arrota por aí, mas que eu nunca sinto?" - eu vou insistir,

tentando não me perder no vazio dos teus olhos.

E talvez eu até grite

e peça que você me abrace

me morda,

me beije, me chupe...

me faça sentir algo,

nem que seja a dor dos seus dentes

raspando por onde eles não deviam tocar.

Mas no fundo eu sei,

você só entrelaçaria os dedos das mãos

e me olharia como se a culpa fosse toda minha.

E eu sairia dalí,

me sentindo violentado

atropelado pelo seu silêncio.

Um dia ainda vou acordar pra a realidade

e aceitar

que só estive perdendo tempo

por esperar algo verdadeiro

de quem não tinha nada pra dar.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 23/01/2018
Reeditado em 26/03/2021
Código do texto: T6233623
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