Erótica doente

Perdido entre bares, motéis e prostíbulos, ele procurava o que havia perdido de si mesmo...

Era como se buscasse vida num cemitério, cascavilhando cada pedra e cada canteiro...

ele se afundava em olhares, bocas e corpos, disfarçando seu desespero de entusiasmo...

Depois escrevia... escrevia cartas para ninguém, que ninguém lia.

E as outras pessoas sequer sabiam que ele vivia como vivia e das dores que regurgitava e engolia.

Amigos partilhavam as mesas e as bebidas e os sorrisos. Mas guardavam também, suas tragédias para si.

O mundo é um lugar solitário para os que sentem.

O mundo é só é divertido para os anestesiados.

Por isso o álcool e as indulgências

e o sexo,

sem pé nem cabeça

estão em todos os lugares.

Por isso existem tantos perdidos,

tantos insones, depressivos e viciados.

Por isso nos jogamos violentamente uns nos outros

tentando abrir na base da foda o nosso caminho para o paraíso

ou para algum tipo de contentamento

Estamos todos loucos

Loucos demais pra nos darmos conta

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 06/02/2018
Reeditado em 05/05/2019
Código do texto: T6246812
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