De cabeça para baixo

Quando nos beijamos pela primeira vez,

o céu estava no chão,

ao nosso redor,

e eu puxei seu corpo mais para junto do meu,

enquanto minha língua explorava sua boca

Acho que nenhum de nós dois esperava por aquilo,

mas alí estávamos.

Separamos os nossos rostos e ela riu, e eu espalhei sabão em pó sobre sua perna, fazendo que pequenos pontos azuis brilhassem, sobre a luz negra que eu havia instalado na minha sala.

E naquele momento parecia que estávamos realmente sentados sobre o céu, e o mundo de pés á cabeça.

Continuamos a nos beijar e aos poucos nos despimos, como se não houvesse pressa... e realmente não havia.

Logo eu estava deitado sobre ela, e suas unhas corriam pelas minhas costas preguiçosamente.

Ainda restava um latente gosto de vinho nos lábios dela, do tanto que havíamos bebido desde que a noite começara.

Desci a minha mão por suas pernas e percebi que ela estava quase seca.

Ela me olhou nos olhos e disse.

- Eu sou assim mesmo. - Como se já soubesse o que eu iria perguntar.

Desci então pelo seu corpo e explorei com minha boca

cada volta de seus grandes e pequenos lábios.

em pouco tempo percebi que já não havia mais tanta falta de umidade.

Alguns gemidos contidos quebraram o silêncio da sala e ela soltou o ar de seus pulmões e deu um sorriso

- Não é normal que acertem da primeira vez... Mas você acertou.

- Que bom que foi assim - Respondi, com um laconismo que não me era comum.

Ela me puxou e me guiou para dentro de si e me prendeu com as pernas firmemente.

Dessa vez os gemidos não foram tão contidos quanto antes,

e depois de algum tempo estávamos os dois, largados no chão,

com as pernas entrelaçadas e os olhos fixos no teto.

Ela não disse mais nada e adormecemos

com nossos mundos de cabeça para baixo

e o céu sob nossas costas.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 29/11/2018
Código do texto: T6514563
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