Onírica 1

Era quase como se eu pudesse sentir o gosto da pele dela, quando fechava os olhos e me deixava esquecer da realidade.

De olhos fechados eu conseguia vê-la, de costas pro mar, me olhando...

e de alguma forma eu tive mais medo de me afogar nos olhos dela do que no oceano.

Então, Débora me arrastou pela mão,

pra dentro d'água. E foi como se todas as noites de amor e sexo que eu já havia tido, estivessem acontecendo no mesmo momento.

Eu não consegui pensar mais em nada,

senão no movimento da língua dela,

dentro da minha boca,

e em tudo mais que acontecia sob a água...

Na minha cabeça, as sensações se misturavam

com as histórias que eu já havia construido ao seu redor, mesmo sem ter vivido nenhuma delas.

E eu explodi e implodi, preso pelas suas coxas, me perguntando se aquilo tudo poderia ser real.

Abri os olhos e enfim ela foi embora

me deixando pra lidar com o vazio

e a sensação estranha de só ter sonhado

e de ter sonhado sozinho.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 05/09/2019
Reeditado em 25/08/2021
Código do texto: T6738328
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