SONS DE OUTRORA

Acredito que o que tínhamos pra dizer já foi dito. Só desejo enfim o silêncio das palavras que hoje soam armaguradas. Onde se escondem os cantos dos pássaros, os sons dos rios, dos mares, os sons das ondas com aquela espuma branca que me fazem relembrar da época e do tempo em que éramos apenas crianças? Os sons que se desfizeram, os de acalanto e da vida que um dia já fizeram sentido e que agora tentam olvidar-se. Que se desfizeram como uma folha caída, que depois de ressecada esperando a próxima estiagem à de se tornar apodrecida, como a morte que um dia haverá de chegar sorrateiramente sem distinção entre as vestes de uma amiga pálida. Sim ela foi minha primeira inquietação ao deslindar a definição da vida multifacetada. Desejo os sons de uma vida serena se é que há de existir tal definição? Como soam imprudentes meus verbos intransitivos diretos ou indiretos? Se é que posso ponderar assim.

Sim, não só posso retratar meus pensamentos como das ideias ou dos conceitos que vigoraram e fazem parte de uma determinada época, e que eis de antipor tais falácias como também posso escolher entre a vontade e o desejo, mesmo sem medo de afirmar que o desejo esta sob a vontade, ciente de que aquela vontade não mais te cabe, mais os desejos de carregar consigo os sons do passado isso jamais ei de me tirarem e/ou desentranhar.

Assim como os verdes campos que outrora fora harmônicos e que soam agora desafinados, isso quando não estão fora dos tons durante a maior parte do espaço tempo, ao mesmo tempo dimensional e desprovido de qualquer medição. Sentimentos verdadeiros que de hoje em diante parecem se tornar ilusórios, de que um ser humano retumbante de algum lugar e ao mesmo tempo de lugar nenhum, que mal consegue enxergar o universo ao seu redor através dos sentidos comuns, sendo ele mesmo parte deste universo cercado de sons que não mais lhe agrada nem tão pouco faz jus ao que um dia já fizeram sentido, se desfizeram como uma "necessidade" de pertencimento à um sentimento figurado totalmente desconexos aos seus desejos mais secretos, o mesmo que absorve e dissolve suas mais diversas nescessidades de uma nova era. A era vulgar.

Kahoz Amon
Enviado por Kahoz Amon em 09/11/2019
Reeditado em 09/07/2022
Código do texto: T6790973
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