Amigo vendido por 1 real

O Destino tem seus favoritos, hoje pergunto-me “Sou um deles?”. Em vista da trajetória até aqui, feita de encontros inesperados e sutis, quase imperceptíveis, dos quais aleatoriamente as pessoas certas cruzam o caminho e simplesmente deixamos ir embora e ironicamente pelo tempo e espaço nos vemos novamente. “Eram apenas desconhecidos e agora olha o que somos”.

O favoritismo do Destino brindou-me com um privilégio, conheci esses indivíduos tão diferentes a ponto de serem únicos e por uma combinação desconhecida, posso chamar de amigos. Dessa maneira, ao longo de minha pequena vida, quis zelar por cada um deles com o propósito de passar juntos nessa terra. Essa interação afetiva entre seres de um grupo, é essencial para que nossa grandiosa existência seja ouvida, questionada e partilhada, isto diminui a solidão de viver. Afetividade é diferente em todos os casos, com isso compartilhei dor alguns, outros risos, outros não me lembro bem. Assumo meu esquecimento, algo tão bonito jamais deve ser esquecido. Entretanto, não sou a única a esquecer, eles esqueceram também, então logicamente deduz que não foi tão bonito assim.

A dura verdade é que nada permanece o mesmo, existe uma mudança, estou em mudança, aqueles que uma vez considerei próximo também mudaram. “Aquele antigo amigo, onde está?” Já faz um tempo que foi embora, foi mais de um, com motivos superiores a nossa amizade. Saiu porque não gostou disso ou preferiu um “lado melhor” ou uma “pessoa melhor”. Inútil pensar e questionar as razões, já que nada continua para sempre então os meus erros e os seus devem ser mantidos para longe e devemos lembrar que há novo amanhã.

Lembro todos vagamente e reflito “Troco-os por 1 real”. Calma, não vou menosprezar ninguém a um objeto, além de que pessoas não têm preços, mas usaria esse 1 real para comprar uma nova oportunidade, um novo amigo.