Cabeça Macabra

A face foi cirurgicamente removida

Assim como a pele de seus antebraços

Agora a vida era escondida com a escama de outro ser

Aquela pele, cortada e costurada

Agora era uma bola macabra

Suas fezes, acumuladas

Misturada com diversos fluidos

Seus pensamentos enclausurados

Dissolvidos na pútrida massa

Coroada

As estrelas refletidas nas joias encrustadas

Cintilante 9 vezes no ouro

Ornamentava essa peça macabra

E ele chegou no dia do casamento

Apoiando-se em uma foice, em trajes imundos se apresentava

Sua falava entoava o silencio do falecimento

Com a mão esquerda estendeu

Sua própria pele,

Seu própria terra,

Seu mais belo ornamento

A loucura zumbio no recinto

O estrondo da 12, tremendo

A cabeça que se abriu

Jorrando lírios ao vento