a valentona que só suspira

tomou aquele trem da meia-noite

com medo do homem das montanhas,

nunca foi ninguém, refúgio da fumaça de crepúsculos.

estranha em qualquer vida

a valentona que só suspira,

de pé sobre a furacão que não a deixa em paz.

sabe, bem antes de vc nascer já chegam notícias

o que vc fez com aquele beijo verde?

o que ela fez para ter tantas cicatrizes?

ela. que só segue estrelas quietas

quando o tempo está suspenso e os mentirosos dormem

olhos de escuros de tanta noite

quando ela despenca do céu e te atinge

vc vagueia do norte até o sul e não a acha.

nunca mais apague a luz sem sua sombra inteira.