A ILUSÃO DE SARAH ( AMOSTRA )

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A atmosfera daquele local poderia induzir qualquer pessoa ao pedido

calmo e honesto de fuga. E todos estavam ali justamente para isso.

A luz do sol radiava por sobre todas as pessoas daquele parque.

As folhas das árvores pareciam estar mais felizes naquela particular

tarde. Pais passeavam com as crianças, namorados exaltavam-se em

românticos piqueniques. Vendedores de pipoca, algodão-doce, pipas

aproveitavam a pré-disposição daquele domingo para faturar um pouco

mais. Sempre tem alguém querendo ganhar dinheiro por sobre os sonhos

de outro alguém. No lago do centro do parque, pessoas sorriam felizes

por terem a possibilidade de mais um dia de descanso. No meio de todas

elas, estava Sarah. Encostada numa árvore com um fone de ouvido

acoplado ao celular, óculos de armações grandes e um livro por

sobre os joelhos. Lia buscando não pensar adornar-se naquele cenário.

Pode parecer estranho esse pensamento, mas explico que Sarah sentia-se

à par do mundo. Encolhida em um casulo único onde ninguém poderia

ouvir os seus sussurros. Todos gritavam...e de propósito. Contarei

uma história: No início da revolução industrial, aquelas longas

cortinas de fumaça fizeram com que borboletas de asas claras ficassem

escuras. O mesmo aconteceu com Sarah, suas asas ganharam um tom

nublado à partir de uma série de acontecimentos. Mas tudo iria mudar

em pouco tempo. Pois Sarah não acreditava nessa baboseira de destino.

Acreditava que apenas ela poderia mudar o curso de sua vida, e agora

suas asas não eram mais tão inocentes para viver em um mundo que

poderia ser tão fosco, quanto a imensidão de cortinas cinzas.

Sérgio Siverly
Enviado por Sérgio Siverly em 04/03/2011
Reeditado em 03/05/2011
Código do texto: T2827454
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