O SENHOR DO MUNDO

Certa vez um humilde lavrador regressando ao seu lar, no final de intensa faina no campo ao entardecer no intuito de amealhar sustento para a sua tão adorada família. Quando de repente, eis que surge em sua frente, uma esplendorosa carruagem, toda estrelada e brilhante, que parando a sua frente, naquela estrada deserta, de onde saiu, por ele reconhecido, o Senhor do Mundo, em todo seu esplendor e beleza, estendendo as mãos a lhe pedir uma esmola.

O pobre lavrador, mesmo reconhecendo, todo aquele poder, ali em sua frente, hesitou em lho atender a rogação, todavia como permanecesse com as mãos estendidas, tirou do seu alforje um grão de trigo e o depositou, humildemente, em sua mão.

Seguiram viagem carruagem e lavrador, cada um para o seu destino. Porém em determinado momento, o pobre homem que seguia a passos lentos, fatigado pela dolorosa faina do dia rumo a sua humílima cabana, percebeu que algo estranho, como se fora, uma centelha de fogo havia penetrado em seu desgastado alforje.

Ficou espantado, mas resolveu verificar o que se sucedia. Abrindo aquela matula onde transportava o alimento para seus familiares, eis que lá estava uma pepita de ouro, misturada aos parcos grãzinhos de trigo.

O lavrador ficou extasiado com que via, mas não se perdoava pela sua maneira de doar. Agora se misturava caridade com ambição. Pensava... se tivesse dado tudo o que tinha no interior do meu alforje, certamente, estaria agora com ele cheio de ouro.

Na vida é assim mesmo, muitas vezes nos impressionamos com o fausto e duvidamos da humildade, vendo esta virtude, apenas nos pedintes maltrapilhos, com os quais nos deparamos pelos logradouros públicos das grandes e pequenas cidades, o que nem sempre é verdadeiro.

Brasilia, 04/04/2012. - Riazo.

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Enviado por riazo em 04/04/2012
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