PEDRA PEDRÊS

Ali, do Mirante das Capivaras, alçei voo breve longo de estrada

de poeira só, desdiz um olho, acredita o outrolho, era pedra não.

Quém-quém piava, vezoutra esgarçava um olho ao pó de longa

estiada, devia pensar...," que homem faz cá, sozinho?"

Eu bem que vi um qualquer de movimento, nem nuvem de pingo

um borbulho de chuva dava, pra que?, manso de mundo e vasto o boi,

lá na noitinha de Baguaçu um frém-frém de vento urdia frio de bafo

em folha, vi, digo todo cada nervo, que de pó pedra é feita, mas mexia.

De viés o rastro cego, se formigueiro ou cobra, bem capaz

de fingimento casas coisas de andar na noite, bem no desvio dessas eu andava, finquei pé no eito, bem no desvio dessas eu andava,

finquei pé no eito, me diga, senhor seu moço, de vez me fingia

de morto, se a pedra desvingava ideia de tudo o que é parado?

Não...e não é não!

Finquei pupila no gemegeme e me saí bem, bem que digo pois vi,

de se mudar num grande, desses bem grandes aquilo que varapau

acredita, quase homem, se é que homem faz desse assim,

três medidas e meia de alto, ai que medo: vou de acreditar que morro!

Virgens, das me lembrei, me benzo de feroz corrida me saltar dali,

nem que desse, num fechei os olhos e o pó que do resto em meia espada, ali no meu funga flor, que pudim de me lembrança e da avó

proteção, de ver fingi que não, desbotava esse desmanchado

bate peito coração, tranquei de santo me desprotegido, mugi, foi,

mugi feito boi carroçado!

Bem que vi, te-vi; bico doido de risomato e bica daqui e dali,

que rosa linda! e guincha nhame de mato, agora fala!

Mandô, falô!

Eu, de desmudo cantei de rio e cachoeira, torneira pinga sim,

vim de olho rumo escalavrado quem sabe de ouro um pouco só,

menos que isso só lenha de mato fechado e jeito nem de por

pé no estribo, fica assim, que de bondade e mãe me vim, credite,

mal nem bem faço, me fica essa agonia de embtrnho e vastidão,

sou, deixa ver, de devo só uns pingados e rés de pão, nem bem

pinga e meia, olha, banana que verde um cacho, se me lembro

de tudo um tantim assim..., " que diacho, tem muda mas de pedra

vi não, reparei que lanceio um par de quase ouvir, de nome ou

de que vai d'eu chamar, dotô, mandô, (Deus me livre),

falta brincadeira que moleque fui?"

Me riu, sim, foi, dez vez dente, pedra em pó de escutim que me ouço,

calado e calejado de ouçomuito me fiz...

- Que bão!

- Dá dó!

- Dessenta...

- Se, dessenti...

- Que de de ver em me sentar, barriga d'água, desmais senhoras,

que arranca fio de mato aqui, ali, (doi de ouvir), que mais de irmãs

em vento no separo, jia de fala pois de ouvir que me conta

de sono nó de pedra, me sentei de mim, bicho seco de costela,

me nasço de pedra, mergo do me durmo e me saio, só,

cambaio de pó de olho, pedreira, mas de nome meu mais d'irmão

e no grão me salenteio, pois, vej'eu, vim medir régua de traço que medida mais de corpo sou mais eu...

- Medido fica, medido tá! Manda a pedra, se é, Deus me livre,

que o mais homem no mundo se ponha no entendo e não se faz

de vara o varapau desmetido nesse fim de mim, arrespeito,

bebi aquedemais, de sopeito digo-lha, bem de fala, vi nunca des'tresdentes homem quá-quá-quá com pedra, certo que tá, aceito!

"Muito que vi de Deus no mundo, ave Deus que passarinho me fica,

des'então há o que de respeito no subir da parede, me mas dá,

de jeito, homem de fende homem, mas que pedra se suba para

parar pedreira, que filho de meu, dela tomém, nem bem bucho

de pedra vi, querdito, pó que me perdão, tá assim feito, de jeito

que me meço e me despeço, virgem luz, nem bem me dou com espelho,

me terço boleitado, vez que não tô na rede berçedeitado, mas de pedra voz vem-vem, deixa lá, pedreira, pedra para da mãe que besteira pau de dá, de machucar, deixa inteira, vida inteira,

que besteira, pau, pedra peladeira, que não eu vou lá,

pedra cá de me agarrar, mandô, fico, aquescuito, querdito,

cada pedra no seu lugar. Que me fez. Pedra pedrês.