A sapinha de peruca.

La longe ,em um lugar que ainda não chegou o progresso,em um lugar calmo onde o rio ainda é limpinho e corre alegremente fazendo marolas em volta das pedras;Onde as margens ainda são cheinhas de matos,árvores com frutinhas silvestres,flôres nativas e de barulho só a cantoria dos bichinhos que ali habitam,morava uma familia de sapos verdinhos,cheios de manchinhas pretas numa ilhota dentro do rio formada por pedras ,cheia de matos e tocas naturais.

A familia do sr Duroki e a sr Saninha era imensa,ja tinha até tataranetos e pensar que tudo começou ha poucos anos com o casal e seus seis filhotes,quatro sapinhos meninos e duas sapinhas meninas.

Mamãe Saninha cuidava de todos,até dos bisnetos ainda bebês com caudinhas;Todos queriam a atenção dela ,mas se preocupava mesmo era com sua filha caçula.

A sapinha kikinha tinha visto numa folha de revista que como foi parar na ilha trazida pelo vento,uma linda moça com cabelos longos,negros e ficou apaixonada;Andava com aquele pedaço de revista por todo lugar onde ia.

Um dia chegou na vizinhança,uma outra ilhota uma familia de sapos da cidade e uma das sapas ,ja mocinha, vendo aquela bobagem da kikinha comentou que la na cidade onde morava tinha um lugar que as mulheres iam para se enfeitar e saiam todas muito lindas,todas de cabelos longos e negros.

Kikinha quase elouqueceu a sua mãe,resolveu que queria ser uma cabeleireira,tinha decidido ja,faria cabelos mágicos , negros e longos.

Planejava colocar um salão perto do rio onde as clientes pudessem se mirar após terem colocado os cabelos, na agua parada(não conhecia espelho).

Dona Saninha explicava,explicava que sapos não tinham cabelos,como ela iria trabalhar no salão,onde arrumaria os cabelos?Mas a sapinha não desistia,tinha que haver uma maneira,ela queria trabalhar para comprar uma peruca como a vizinha contou existir.

Então a mãe percebeu então qual era o objetivo da filha,ter cabelos,uma peruca, suspirou triste porque a kikinha não ia desistir do sonho maluco.

A sapinha ficava horas olhando para a agua parada do rio,colocava ramos de matos secos na cabeça e suspirava.

Então resolveu que iria dar um jeito nisso,nem que fosse para a filha entender que não tinha condições de ter cabelos,nem essa coisa de salãocheia deles;Pegou uma trouxinha,colocou alguns objetos que precisariam,avisou o marido e la se foram pulando pelo mato adentro em busca da cidade e do sonho da filha que não fazia segredos da sua alegria.

Andaram-pularam-horas e horas,dias e dias e só paravam para comer uma mosquinha ou um bichinho qualquer e se colocavam na estrada.

Finalmente chegaram na tal cidade!

O barulho era ensurdecedor,umas coisas que andavam com gente dentro que nunca tinham visto(carros)umas musicas diferentes muito altas,gente gritando,se assustaram.

Mais a teimosia da sapinha continuava teimando e o remédio foi se acalmarem e ir a procura do tal do salão.

Ja cansadas,sem achar nada ,resolveram se ajeitar embaixo de um banco e descansar;A sapinha pegou logo no sono,mas dona Saninha não,ficava observando tudo aquilo que nem sonhava ver um dia.

Quando estava quase dormindo viu alguem( humano como diziam la na ilhota),sentar a cima dela,ficou imóvel ,era uma femea igual a da revista da filha e chorava como via a sua filha chorando no quarto uns dias atráz.

Ficou observando até que a moça olhou por entre os vãos do banco e a viu;Ela ja ia sair correndo,pulando, quando a moça falou com ela e surpresa entendeu o que dizia.

A moça perguntou se estava com medo,com fome e ela respondeu que não e ja perguntou porque ela chorava tanto assim?

A moça lhe disse que chorava de saudade de sua mãe e de sua casa la longe,onde o progresso ainda não tinha chegado;Dona saninha lhe contou que tinha vindo de um lugar assim e contou o porque estava ali,entendia o que ela sentia.

A moça sorriu da estória e lhe propôs que se ela a guiasse até sua casa ,lá onde tudo era uma paz só,resolveria o problema dela.

Claro que dona sapa aceitou né?Feliz com a idéia de voltar para casa com o sonho da filha realizado mesmo sem entender como,acordou kikinha que seguiu a mãe e a moça de volta para casa chorando.

Passaram horas,dias e dias finalmente a moça reconheceu o sua antiga morada e os seus pais ainda estavam la.

Depois dos abraços e a explicação da filha que tinha se perdido na mata e que entendia os bichos por ter sido criada entre eles e ter agradecido dona Saninha,a moça pediu para dona sapa esperar que ela iria lhe dar uma coisa.

Entrou dentro do quarto,demorou um pouco e saiu com uma linda peruca preta,lisa e de longos cabelos e entregou para dona Saninha.

A kikinha chorava, pulava de alegria e enfim a mãe colocou cabelos nela,despediram e voltaram para casa felizes e a mãe aliviada.

Hoje em dia todos ja acostumaram em ver uma sapinha arrastando os cabelos por toda a ilhota e se admirando nas aguas paradas do rio muito feliz e dona Saninha aliviada,podia cuidar da familia tranquila.