EDIFICANDO A PRÓPRIA VIDA
O velho mestre sempre dava mais atenção ao seu discípulo mais jovem. O novato, ávido do saber, assim que reverenciava seu mentor ia logo disparando perguntas. O venerável, mediante sua sabedoria e calma, ouvia-o em silêncio. Quando a pergunta era digna de resposta, a respondia com prazer. No entanto, o mestre tinha um plano com seu aprendiz, e preferia ensinar-lhe conforme eram seus preceitos.
Naquele dia, o iniciado estava mais agressivo e mil perguntas foram feitas; porém só uma delas chamou a atenção do velho monge.
Enquanto caminhavam a pé pela periferia da cidade numa fina trilha dentro de um bosque, o novato perguntou:
— Mestre, eu lhe faço tantas perguntas por que preciso aprender tudo logo e me tornar sábio assim como o senhor é. Por que não me diz tudo de uma vez?
— Ora meu amado aprendiz — disse o velho — a caminhada terrena é um exercício diário da paciência. Você deve aprender pela observação e pelos fluxos de seus pensamentos; sedimentar suas ideias de forma consecutiva e a sabedoria virá.
— O rapaz baixou a cabeça, e questionou:
— Mestre, eu não entendi direito o que quis dizer!
— Veja meu filho aquele edifício alto! Suas paredes, tanto externas como internas são feitas de pequenos tijolos. E saiba! Eles foram colocados lá um de cada vez.