A LENDA DO GUARDIÃO

A LENDA: O GUARDIÃO DAS BOAS ALMAS.

Uma lenda, um ensinamento e uma mensagem.

Conta essa lenda que, na Europa, na segunda metade do século X d.C., viveu um ferreiro que adorava o seu trabalho, porém era um indivíduo muito fechado e simples …, ele costumava definir-se como um homem rude, acostumado às coisas simples da vida e, principalmente ao silêncio. Seu nome, ao que consta, era Bernardo, e era casado com Aura, uma filha de imigrantes gregos que vieram parar ali naquele lugar frio e distante mais por imposição do que por disposição.

Bernardo e Aura tinham pouquíssimos amigos, e raramente frequentavam as festas comunitárias do vilarejo onde moravam. Exceto em ocasiões cuja relevância exigiam sua presença, o casal preferia, muito mais, o convívio de seu lar, próximo de seus filhos, desfrutando a paz e a quietude quase bucólicas daqueles momentos inesquecíveis.

Certa vez, um dos poucos amigos de Bernardo, Ricardo, o oleiro, veio até ele preocupado com o casamento de seu filho que estava próximo. Ele confidenciou ao amigo que não sabia muito bem se a jovem donzela de nome Vivian era a pessoa indicada para seu filho desposar; ele tinha Vivian em alta conta, porém temia que os hábitos perdulários da jovem pudessem pôr em risco o futuro do casal. Bernardo, que durante toda a conversa ficou atento ao que o amigo dizia, permaneceu calado por alguns instantes, até responder com sua rudeza habitual, que não cabia a Ricardo preocupar-se com isso, pois era um assunto que dizia respeito ao jovem casal e que, caso acontecesse um infortúnio neste sentido, sua função como pai e sogro era dar-lhes o necessário suporte para que eles pudessem vencer a eventual atribulação e continuar com sua vida em comum.

Surpreso com o comentário objetivo do amigo, Ricardo ponderou que, de fato, ele tinha razão e depois de mais alguns minutos de conversa partiu, despedindo-se do ferreiro.

Mais tarde, naquele mesmo dia, Suzana, a dona do pequeno armazém de víveres, correu até Bernardo, desesperada, pois seu cavalo estava tossindo muito e parecia não ter forças. Meio a contragosto, o ferreiro foi com ela até a estrabaria e depois de examinar o animal por alguns minutos, disse-lhe que bastava alimentá-lo melhor e dar-lhe alguns dias de descanso que ele ficaria melhor.

E quando a camponesa ousou perguntar o preço da “consulta”, Bernardo deu de costas e voltou aos seus afazeres, pois, afinal, ele tinha mais o que fazer.

Dias depois, Bernardo foi abruptamente acordado por Aura que estava atarantada com o mal súbito que afligira o filho mais velho do casal vizinho à oficina do ferreiro. O rapaz acordara desesperado, com falta de ar e sem forças. O ferreiro, com seu característico, levantou-se com dificuldade e depois de vestir-se às pressas foi até a casa do rapaz.

Assim que entrou e viu o jovem que se estrebuchava na cama de palha, Bernardo tomou-o entre os braços, fê-lo levantar e colocando-o de costas para ele, apertou o peito do rapaz algumas vezes, até que ele vomitou, despejando no chão, a mistura meio escurecida. O ferreiro tornou a colocar o rapaz sobre a cama e depois examinou detidamente o líquido que estava sobre o chão de madeira.

Em seguida, ele enfiou a mão no meio daquela “porcaria”, dela retirando um pequeno pedaço de carne. Mostrou-o a todos dizendo que o rapaz havia engasgado com aquilo. Todos olharam surpresos enquanto o ferreiro, mais uma vez, dava de costas, procurando cuidar de sua vida.

E assim seguia a vida no pequeno vilarejo, com Bernardo preocupado apenas em cuidar da sua própria vida!

Logo no início do inverno, o vilarejo foi sacudido pela chegada de alguns cavaleiros bretões que vinham do norte cavalgando em direção ao litoral. A chegada daquele pequeno grupo de guerreiros montados em seus enormes cavalos frísios e trajando suas armaduras reluzentes sob o pálido sol da manhã causou um certo alvoroço entre os moradores, pois todos queriam ser “acolhidos” pelos combatentes, vez que eles eram responsáveis pela proteção do condado.

Bernardo, com seu jeito desprovido de tato, continuou cuidando de seu trabalho, deixando de lado aquele bando de “beberrões”, com ele os definia, até quando, um deles aproximou-se de sua oficina e desmontou, indo ter com ele. Enquanto caminhava, o cavaleiro retirou o elmo, deixando à mostra o seu rosto; era um homem relativamente jovem, mas cujas cicatrizes e marcas no rosto denotavam já ter ele participado de muitas batalhas. Bernardo interrompeu seu trabalho na forja e ficou olhando para o cavaleiro que se aproximava dele.

Assim que o cavaleiro ficou parado à porta da ferraria de Bernardo, saudou-o em voz alta, pedindo-lhe, em seguida, que desse uma olhada em sua montaria que parecia mancar de pata. Bernardo, com sua rudeza habitual, abandonou a forja onde movia o fole e martelava uma haste de ferro em brasa, e caminhou até a montaria, sem dar-se ao luxo de olhar para seu interlocutor.

O ferreiro examinou o belíssimo cavalo frísio, levantando cada uma das patas para aferir o estado das ferraduras e depois disso, encarou os olhos grandes, negros e profundo do animal por alguns instantes. Quando deu por encerrada a sua “inspeção”, afagou a cabeça do equino e sem voltar-se na direção do cavaleiro, disse apenas que aquele esplendoroso animal precisava de descanso, alimentação e do carinho de seu dono, sendo o suficiente para que ele ficasse bom em alguns dias.

O cavaleiro aproximou-se do ferreiro e vociferou ofensas, perguntando que era ele para criticar a forma como a montaria era cuidada; Bernardo, voltou seu olhar na direção do combatente, percebendo que ele já havia segurado o cabo de sua espada com uma das mãos, em uma clara demonstração de ameaça. O ferreiro, homem curtido e de poucas palavras, ficou bem próximo do cavaleiro, encarando-o com a frieza de um lutador nato.

O cavaleiro apertou o punho de sua espada, enquanto Bernardo respondia-lhe com tom de voz baixo, porém firme. “Eu sou um ferreiro, senhor …, convivo com esses animais desde a tenra infância …, e assim como o senhor tem extrema habilidade com a espada, eu a tenho com cuidar desses vigorosos corcéis …, e se o senhor não acredita em mim, pouco me importa …, o cavalo é seu e assim será até o dia de sua morte …, ou da dele …”

Bernardo proferiu essas palavras sem sequer alterar o tom de sua voz. Em seguida, ladeou o estrangeiro e foi cuidar de seus afazeres.

Um outro cavaleiro, mais alto e mais musculoso que aquele que interpelara o ferreiro e que observara tudo de longe, retirou seu elmo e caminhou na direção onde estava o ferreiro; aproximou-se com cuidado, pela parte detrás da forja, pondo-se à vista de Bernardo que olho para ele, mas, não deixou de persistir em sua tarefa de malhar o ferro quente.

O cavaleiro, pediu desculpas pelo amigo, justificando que estavam cavalgando há muitos dias sem descanso e que os ânimos estavam exacerbados. Bernardo pisou no pedal do fole imprimindo-lhe mais força e fazendo com uma lufada de ar reavivasse as brasas da forja. Em seguida,, cuspiu sobre a pequena labareda que, subitamente elevou-se a uma altura considerável.

O cavaleiro observou atento o comportamento do ferreiro, sem, porém, mover um músculo do corpo. Finalmente, Bernardo ergueu os olhos na direção do combatente e fitou-o sério.

“Aquele animal está bem mais cansado do que o seu dono …, e se ele pretende valer-se da capacidade de ataque de sua montaria, ele precisa cuidar para que ela esteja bem e apta ao combate”. Bernardo mal terminou a frase, mas deu por encerrada aquela conversa inútil.

Deixou ambos os cavaleiros onde estavam e partiu em direção de sua casa, onde Aura o esperava à porta, pois já era chegada a hora do almoço. Os dois cavaleiros ficaram entreolhando-se, pasmos com a coragem e sinceridade daquele homem rude e mal tiveram tempo de trocar alguma palavra. Bernardo retornou de dentro de sua casa, trazendo nas mãos uma cuia de madeira.

Aproximou-se do cavalo cansado e ofereceu-lhe a cuia repleta de cereais. O animal fitou o ferreiro por alguns instantes e, logo depois, passou a devorar o inesperado desejum. E assim que ele terminou de comer, Bernardo fitou os olhos do animal que pareceu agradecer pela atenção a ele dispensada; Bernardo, então, olhou para o seu dono e inclinou a cabeça em um gesto de respeito. Sem esperar por qualquer ação do cavaleiro, o ferreiro retornou para a sua casa.

Dias depois, os cavaleiros partiram. Não sem antes deixar um saco de moedas de prata na soleira da porta do ferreiro em agradecimento aos cuidados que ele havia dispensado a todos os animais que ficaram sob sua guarda e proteção.

Bernardo, com seu hábito silencioso e discreto, tomou duas moedas do saco e o restante deu ao prior da aldeia para que ele distribuísse entre os seus habitantes, não sem antes reservar a parte destinada à Igreja. Porém, tomou o cuidado de exigir do pároco que ele não dissesse a ninguém de onde vieram as tais moedas.

E assim, de ação em ação, Bernardo seguia sua vida, sem se preocupar com o que os outros pensavam dele, mas com a certeza de que sua rudeza, na maior parte das vezes, não agradava a ninguém …, mas, mesmo assim, ele sentia-se bem consigo mesmo.

Os anos se passaram e a vida seguiu seu curso inexorável; os filhos cresceram e partiram para cuidar de suas próprias vidas, enquanto que Bernardo e sua esposa Aura, prosseguiram seu caminho sempre próximos e carinhosos um com o outro.

Certa manhã, Aura partiu …, deixou essa vida pelas mãos da deusa Morrigan; ela partiu silenciosa e cheia de candura como sempre foi em vida …, Bernardo foi incapaz de chorar …, há muito tempo ele havia se esquecido de como era derramar lágrimas. Todavia, seu coração soluçava de dor e desamparo; sua doce Aura havia lhe deixado e nada mais seria como antes …

Para o ferreiro, restava apenas a solidão e o vazio de uma vida sem sentido …, uma vida sem a sua Aura …

A tristeza e o desamparo afligiam o coração do ferreiro que, dia após dia, perdia a vontade de tudo. Nem mesmo a presença passageira de filhos, noras e netos, era suficiente para sufocar a dor que calava no peito do bretão.

As noites eram longas e solitárias e os dias vazios e sem sentido. Bernardo não conversava muito e quando as pessoas vinham ter com ele, em assuntos que não fossem de negócios, ele as repelia, vez irritadiço, vez lacônico, deixando claro que não estava com vontade de ser sociável. A exceção operava-se apenas quando ele era consultado, como sempre acontecia, porém, as respostas eram, cada vez mais curtas, objetivas e ríspidas, destituídas de bons modos, mas repletas de verdade.

Não havia mais razões para viver, pensava o ferreiro, que implorava aos deuses pela sua partida para reencontrar-se com sua Aura.

Certa noite de inverno, Bernardo sentiu-se muito cansado e logo depois de jantar, deitou-se em sua cama, vindo logo a dormir. E durante o sono, um sonho veio a sua sua mente e ao seu espírito …

O tal sonho parecia tão real que o ferreiro tinha a impressão de estar acordado e de que tudo aquilo era sensível demais. Ele estava em uma clareira bastante iluminada pelo sol; as flores estavam cheirosas e o vento soprava suave deixando o ar repleto de bons odores; havia pássaros que gorjeavam enquanto voavam em rotas cruzadas e sem sentido.

Bernardo pensou que havia morrido, e que, finalmente, veria sua querida Aura.

Repentinamente, uma bola de luz brilhante surgiu à sua frente e de dentro dela emergiu uma figura feminina …, era Arianrhod a deusa da reencarnação. Era uma linda mulher de corpo fulgurante e olhos brilhantes como estrelas que fitavam o ferreiro bem no fundo de seu ser, parecendo explorar-lhe todos os segredos, mesmo os inconfessáveis. Arianrhod tinha um semblante plácido e dócil e demonstrava com sua postura que viera parlamentar com o bretão.

Bernardo, após alguns minutos de plena mescla de êxtase e arrebatamento, ajoelhou-se perante a deusa e levou as mãos ao rosto, chorando copiosamente. Ele estava convencido que a deusa viera buscá-lo para a eternidade …, para junto de sua Aura.

Após alguns minutos de pleno silêncio, foi a deusa que pronunciou-se primeiramente.

-Você, Bernardo, o ferreiro, porque choras deste modo?

-Eu …, eu … - Bernardo tinha e voz embargada e lhe era difícil pronunciar as palavras, já que o choro ainda escorria por sua garganta – eu, estou pronto …

-Pronto! - a voz da deusa fez-se ecoar pelo céu e pela terra quase como um estrondo de um trovão – Pronto, para quê? Que queres tu, ferreiro? Porque clamas por mim todas as noites?

-Quero partir para perto da minha amada Aura, minha senhora.

-Lamento, ferreiro …, mas tua missão ainda está por começar …

-Missão! Que missão …, quero apenas a paz e o amor junto da minha amada …, jamais servi bem a humanidade …, jamais fui útil aos meus semelhantes …

-Ledo engano, Bernardo, ferreiro bretão …, jamais percebestes o teu valor para os teus semelhantes? Jamais ateve-se às vidas que preservou …, os casamentos que frutificou …, não, Bernardo, tua fostes um homem útil aos seus semelhantes, à tua família e aos teus herdeiros …, todavia, tua missão ainda está por vir.

Bernardo irritou-se, beirando o enfurecimento. Não podia crer em tudo o que a deusa estava dizendo …, quem ele salvara, afinal?

-Lembra-se do guerreiro com o cavalo maltratado – questionou a deusa obrigando o bretão à encará-la nos olhos.

-Ele teve a vida preservada após várias batalhas, pois ouviu teu conselho e cuidou de sua montaria com o devido carinho …, e teve filhos que o honraram e que ele educou na ciência da fraternidade que tu ensinastes a ele …, tua vila prosperou graças àquelas moedas de ouro que distribuístes com justiça e dignidade …

Houve um momento de breve silêncio e, então, Arianrhod prosseguiu.

-Tu, Bernardo, recebeu a dádiva de nossa estirpe de preservar a honra, a dignidade, a fraternidade e a justiça …, tu és um ser iluminado …, o escolhido …, e a partir de hoje o renascido …, nosso mensageiro entre os mundos …

-Mas, porque eu? Porque serei privado daquela que amei por toda a vida? Que espécie de prêmio é este, Senhora?

-Não se trata de um prêmio, ferreiro, mas sim de uma dádiva …, uma dádiva que lhe foi concedida e da qual não poderá esquivar-se …, porém haverá uma compensação.

Subitamente, uma outra bola explodiu em pleno ar. Tinha a cor do fogo em brasa e seu brilho era tão forte que ofuscava a visão do bretão. Lentamente, sua intensidade foi diminuindo até tomar a forma humana …, era Arawn, o senhor dos infernos. Tinha uma acha flamejante em uma das mãos, cujo fulgor queimava tudo à sua volta.

Ele mirou o bretão e depois de um sorriso sarcástico, pronunciou-se com muita formalidade.

-Escuta bem o que tenho a te dizer, Bernardo, o ferreiro …, tenho em meus territórios muitas almas errantes que apenas chegaram lá porque não souberam ouvir a voz da razão e do bom senso …, aceita teu fardo e continua fazendo aquilo que faz melhor …, orienta, ajuda …, não desejo mais errantes em meus domínios …, aceita e te darei isto!

Bernardo ficou completamente atônito com o que viu: era Aura! Ela estava ali, bem a sua frente …, o sorriso iluminado naquele rosto angelical, brilhava intenso da mesma forma que seu olhar doce e amoroso. O bretão, incapaz de conter-se correu até ela e tomou-a nos braços mais uma vez. Eles se beijaram apaixonadamente e depois ficaram colados como se fossem uma única pessoa.

Depois de alguns momentos, Aura afastou-se de Bernardo para poder olhá-lo melhor. Sorriu novamente para ele e antes que ele pudesse esboçar qualquer reação disse-lhe com a voz terna e aveludada.

-Meu amor, você sabe o que deve fazer. Tu não podes privar nossos semelhantes da proteção que lhe foi confiada …, aceita essa missão assim como aceitei você em meu coração por toda a minha existência …

O ferreiro quis argumentar, quis discutir, porém as palavras de sua amada esposa eram contundentes demais para que ele pudesse refutá-las. Olhou para a deusa Arianrhod e depois de um minuto de ponderação, disse, finalmente.

-Se não posso recusar tal fardo, como viver sem minha Aura, minha parte boa, doce e carinhosa …, como prosseguir …

Antes que algo mais fosse dito, a voz retumbante de Arawn retumbou pela eternidade.

-Compreendo tua apreensão, ferreiro, mas fique tranquilo. Tua Aura estava em meus domínios cuidando dos errantes e tem minha permissão para peregrinar por onde for necessário …, inclusive para encontrá-lo quando isso foi possível e permitido …

Ele terminou sua frase olhando de soslaio para Arianrhod que, por sua vez, não devolveu o olhar apenas acenou com a cabeça, permitindo que a concessão fosse permitida.

Bernardo olhou para sua Aura e depois de beijá-la mais uma vez, sentindo o calor de sua proximidade, afastou-se tornando a ajoelhar-se.

-Aceito a incumbência sem discuti-la …, mesmo sabendo que não terei o merecido descanso eterno nos bosques dos deuses, reverencio a decisão mais sábia das sábias, como também agradeço a concessão da continuidade desse meu amor eterno, inexplicável e profundamente verdadeiro …

Antes que pudesse terminar a frase, Bernardo viu seu corpo modificar-se. Dolorosamente, sentiu as enormes e imponentes asas brancas nascerem em suas costas. Viu seus cabelos grisalhos ganharem um colorido prateado, ao mesmo tempo em que sentia uma poderosa energia tomar conta de seu âmago. E quando tudo acabou, o ferreiro havia se transformado em uma entidade deificada.

Em uma das mãos, o ferreiro, agora pertencendo ao mundo dos espíritos, recebeu uma espada prateada de brilho ofuscante e lâmina afiada. Na outra um escudo, também prateado, cujo fulgor era tão vigoroso que iluminava toda e qualquer escuridão.

-Estes, são nossos presentes para ti – disse a deusa Arianrhod – Uma espada para que possa defender-se dos renitentes e dos malévolos e um escudo para iluminar a escuridão das almas perdidas …, faça bom uso deles, guardião, outrora chamado Bernardo, o ferreiro.

E daquele sono ele jamais acordou …, apenas renasceu como o guardião das boas almas, aquele que vela pelo bom caminho …, o caminho de tudo que é bom, justo e honesto …, o caminho que todos percorremos ao longo de nossa existência, velando por nossa boa obra e por nosso reencontro com o Eterno Amor Universal.

Nos momentos certos, ele e Aura, a Senhora dos Aflitos, se encontram e se amam intensamente, frutificando boas novas e cultivando o Amor Fraternal, intenso, sincero e verdadeiro.