O sufoco do Papai Noel

É, o ano trouxe certas surpresas para todos e não poderia ser diferente com o Papai Noel.

- É a inflação, dizia alguns.

- São as pedaladas, diziam outros.

Por isso ele, o Papai Noel, não dormia há semanas, trabalhando e pensando em como atender tantos pedidos dos pequenos terráqueos.

Por isso o jeito foi ele mesmo fabricar alguns presentes.

Até que na ante-véspera, justamente no dia vinte e três, o pobre velhinho não resistiu e caiu num profundo sono.

Por mais que seus ajudantes e simpatizantes do reino mágico da brincadolândia o chamassem, ele não respondia a ninguém.

Chegava a roncar e falar sozinho e chorar dormindo.

Enquanto na Terra olhinhos ansiosos também não dormiam, sonhando acordados com o bom velhinho. Ele o Papai Noel só acordou passados

dez minutos da meia noite do Natal.

E não me perguntem o que aconteceu...

Mas, exatamente à meia noite do dia vinte e quatro, na favela do urubu, bem à frente a janela do barraco do Tomé Sanguebom um trenó, sem o Papai Noel, mas puxado pelas renas eficientes, deu uma rápida paradinha.

O tempo suficiente para deixar o frango assado e uma bola novinha.

Era tudo o que Sanguebom pedira e precisava, para treinar e ser como o Neimar, ou Pelé, nos gramados brasileiros.

Por isso àquela hora da madrugada, ele esperava ansioso da janela de seu barraco.

Ele sabia que não seria decepcionado!

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 24/12/2015
Reeditado em 24/12/2015
Código do texto: T5489541
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