O MACACO QUE ROUBAVA NAS LAVRAS ALHEIAS

Havia um macaco que vivia numa toca coberta de tabaibeira juntinho à lavra de um cágado, aquele macaco nunca teve a paciência de cultivar ou plantar, apenas o que fazia era roubar nas lavras alheias. O Senhor Cágado era um dos que era muito prejudicado com os assaltos do macaco. Então, o cágado enfurecido disse:

_Pochas! Eu não aguento mais esta vida. Não cultivo, morro de fome, cultivo e me estão sempre a roubar, só sei que nem posso parar, não vou responder às provocações e roubos com as mãos abanadas.

Aí o cágado traçou um plano.

_Tenho uma excelente ideia, amanhã vou fazer algumas armadilhas e vou coloca-las debaixo da terra para que o ladrão não veja; vou passar o dia todo na lavra, me vou cobrir com palhas de milho, quero descobrir quem é o ladrão que me está dando cabo da vida.

Então, o Senho Cágado bem cedinho foi à lavra habitualmente fazia lá a sua fogueira para cozer alguns alimentos, mas naquele dia não o fez. A manhã se foi, chegou a tarde ensolarada e até aquele momento nada ninguém aparecia no local. O inteligente cágado estava a fartar-se de lá estar no seu esconderijo_ pochas! Acho que terei de me retirar, estou cansado de ficar debaixo desta palha, até aqui não há nada!

Assim que ele tentou levantar-se para ir-se embora, ouviu do outro lado um barulho: Cã…cã…cã…cã…cã… voltou a baixar-se, pois, sabia que era o som produzido pelos macacos. Cada vez mais o som se aproximava da lavra do Senhor Cágado, segundos depois, acabou por ver mesmo o ladrão com um saco pendurado em suas costas, o Senhor Cágado não se precipitou, pois no local já havia posto algumas armadilhas. Então, ladrão começou por partir o milho, a abóbora e jogava em seu saco, e escolhia mesmo os maiores. O Senhor Cágado estava a ficar preocupado lá mesmo debaixo da palha por que por um instante parecia que ele tenha dado conta da existência de armadilhas no local, então, o ladrão aproximava-se para tirar mais milhos grandes, e em baixo havia lá uma armadilha de redes, pôs o pé esquerdo, tudo bem,assim que ele pôs o pé direito, acabou por ficar na armadilha de redes que se fechou completamente. O ladrão foi gritando:

Cã…cã…cã…cã…cã… (socorro, socorro, socorro, socorro, socorro)!

Ai, o Senhor Cágado saiu da palha e gritou: Ah! Bravo,bravo,bravo! Hoje apanhei-te! Afinal és tu que tem dado cabo da minha comida nê?

E o macaco disse-o:

_ Por favor Senhor Cágado, tira-me daqui, tira-me daqui!

O senhor Cágado perguntou-lhe porque lhe tiraria de lá e ele disse-o:

_ Tira-me daqui por favor,estou a sofrer, estas redes me estão a sufocar cada vez mais!

O Senhor Cágado disse:

_ Não, não!

_ Por favor, eu devolvo tudo o que sempre lhe roubei, uma por uma.

O Senhor Cágado disse-lhe que tinha outra ideia. Ele fala com ele mesmo sem o libertar das redes.

_sabes Senhor Macaco? Eu te vou libertar, mas não sairás daqui impune. Disse-lhe assim o Senhor Cágado.

Então, ladrão perguntou-lhe qual seria o castigo, Senhor Cágado, limitou apenas em pedir o pé do ladrão mesmo estando nas redes para o amarrar enquanto podia trabalhar.

O Senhor Cágado deu-lhe a enxada e ordenou-lhe a lavrar as nacas que se encontrava ao lado do ribeiro, e o ladrão lavrou-a até ao anoitecer. Depois de ter terminado, o Senhor Cágado entregou-lhe aquilo que havia roubado e ordenou-lhe que fosse embora. Daí, o macaco aprendeu que para se alimentar era necessário trabalhar e não roubar o que não lhe dizia respeito. Uma boa lição o Senhor Cágado deixa para ti amiguinho, o Senhor Cágado achou que se lhe mandasse para a prisão assim que saísse voltaria a roubar porque era preciso que alguém lhe falasse da envolvência no trabalho para se ter algo na vida, por isso, deu-lhe aquele trabalho duro, cujo pagamento foi aquilo que ele havia roubado.

Criado por: El Dorado Tavares Mille. Faz parte de uma colecção de textos de Literatura Infantil criados pelo autor.

Mille Tavares El Dorado
Enviado por Mille Tavares El Dorado em 20/04/2016
Código do texto: T5611073
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