A borboleta valente

Um vislumbre que aterissa por entre a folhagem daquela bananeira, chegando as róseas asas da jovial borboleta, aninhada em uma violeta de beleza impecável, ela viajava em um devaneio que mudaria sua vida...

A pequena borboleta, Clarice, buscou por anos uma razão e descobrira que havia um sentido para tudo aquilo que havia lhe acontecido...

A púbere borboletinha era órfã, prematuramente ela perdera seus pais num ataque de andorinhas, onde ela foi poupada, a começar desse dia ela buscava um verdadeiro caminho a seguir.

No seu coraçãozinho execrava um sentimento ruim, todavia, por conta do sonho que tivera, esse rancoroso mal estava se esvaindo...

Ela sonhara com seus pais, dizendo à ela que tudo estava bem..

A jovial borboletinha começara a escrever a partir daquele dia, uma aragem de inspiração assumira seu ser.

Clarice escrevia todas as manhãs sentada à margem de um rio.

Ela presenteava à todos seus vizinhos do bosque em que morava com suas lindas composições.

Não sabia ao certo o efeito daquilo na sua vida e dos outros animais, embora aquilo à fizesse muito bem.

Em uma manhã ensolarada como outra qualquer, voejando rente ao rio, prestes a sentar-se a beira para versejar, ela se depara com a seguinte cena, um casal de passarinhos encurralados por dois gaviões robustos, as aves indefesas pipilavam de desespero, se amassavam uns no outro e as aves de rapinas riam e se aproximavam a cada vez mais.

Clarice vendo aquilo, pensou rapidamente no que fazer, por um momento que pareceu uma eternidade, ela pensou no que os pássaros

haviam feito com seus pais, contudo o seu pensamento se firmou no que era para ser feito, ela bateu em disparada e em um ato heróico entrou na frente dos gaviões, dizendo à eles:

- Vocês não podem fazer isso!

Os gaviões se entreolharam e em um deboche responderam:

-Não?! Por que borboletinha rosada, você pretende nos impedir?

A jovem Clarice calmamente respondeu:

-Olha, eu não posso impedir vocês, isso é nítido.

Eu só não quero que o mesmo aconteça com os filhos dele, pois quando eu era bebê meus pais foram assassinados da mesma forma...

Por favor, eu sei que a cadeia alimentar é natural, entretanto, podemos fazer diferente, devemos pensar no próximo... Já pensaram, de fossem os filhos de vocês que ficassem órfãos?

Aquilo certamente bateu forte nos corações de pedras das aves, elas tentaram falar, se olharam algumas vezes e em um gesto balançaram as cabeças, afirmando, subiram como flechas acima das árvores que envolviam o rio e sumiram por entre as nuvens gris que percorriam o céu em câmera lenta.

Os pássaros sem saber o que dizer chamaram a borboleta que olhava para o alto:

-Ei, mocinha, nós queremos agradecer, muito obrigado pela sua valentia, se tiver alguma coisa que poderíamos fazer em forma de gratidão, fale.

A valente borboleta rosada, olhou no fundo dos olhos do casal de pássaros e tentou falar, mas algo a fez ficar muda, ela reconhecera aqueles dois, não tinha como não reconhecer, pois eram os assassinos de seus pais. Chorando ela pensou em falar, mas o sonho a contagiara, seus pais falando suavemente que tudo estava bem à confortou.

Dando de ombros e com lágrimas se misturando ao rio, Clarice, voou e sem dizer uma só palavra, sumiu por entre os arbustos...

A heroína com seus sentimentos sublimes, voava sem direção, em prantos ela pensava em tudo que acontecera.

Chegando perto de um vilarejo, ela subiu até um telhado de cor púrpura e sobre ele sentou e começou a escrever, o texto começava com o seguinte título:

"Não devemos pagar o mal com o mal..."

A borboleta escritora estampou tudo que vivera em seu texto e nesse dia ela expulsara de vez os resquícios fantasmagóricos de seu trauma pueril...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 13/10/2017
Reeditado em 13/10/2017
Código do texto: T6141589
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