Fábula das duas pulgas

Era uma vez duas pulgas: Tica e Teca.

Elas viviam preocupadas com seu futuro. Afinal, era muito perigoso ficar pulando de cachorro em cachorro... Os cachorros eram ágeis e podiam, facilmente, amassá-las com uma patada.

Preocupadas com sua sobrevivência, resolveram aprender a voar. Contrataram a mosca Julieta e fizeram muitas aulas de decolagem e pouso, além, claro, de voo.

E voltaram para os cachorros felizes, pois agora, além de saltar, eram pulgas voadoras.

Logo passou o tempo e elas ficaram preocupadas novamente. Voar ainda era pouco para sua segurança. Afinal, alguns cachorros eram rápidos demais para se coçar e elas iam acabar esmagadas. Resolveram que precisavam ser mais ligeiras para sugar o sangue e levantar voo. Contrataram a abelha Esmeralda para receber aulas de sucção e aperfeiçoamento na técnica do chega-suga-e voa.

Em pouco tempo voltaram para os cachorros felizes, pois agora, além de saltar e voar, eram pulgas rápidas para sugar e decolar.
Mas, com o tempo, queriam se aperfeiçoar mais. Afinal, sugavam pouco sangue, pois não tinham onde armazenar... Contrataram então o pernilongo Agnaldo para aumentar o tamanho de sua barriguinha e assim guardar mais sangue.

E voltaram para os cachorros felizes, pois agora, além de saltar e voar, eram pulgas rápidas para sugar, decolar e armazenar seu alimento.

Porém, toda essa temporada de aperfeiçoamento e estudos, deixou Tica e Teca exaustas, com a barriga inchada e as perninhas cansadas.

Foi quando encontraram a pulguinha Tuca, toda saltitante, feliz e sorridente.

- Nossa, disse Tuca. Como vocês estão acabadas... O que aconteceu?

- Ah, respondeu Tica, é que fizemos algumas adaptações para viver melhor no século XXI. Somos pulgas super-desenvolvidas! Você também precisa acompanhar os tempos.

- Ora, quem disse que não acompanho? Contratei a assessoria da Dona Lesma e estou muito bem, obrigada.

- Mas, o que a lesma lhe ensinou?

- Quase nada. Ela ficou observando os cachorros por três dias. Depois me deu o resultado de sua pesquisa: não mude nada. Apenas sente no cocuruto do cachorro, o único lugar que a pata dele não alcança!

MORAL DA HISTÓRIA
Talvez as soluções mais simples sejam as mais corretas para nos ajudar a viver melhor.