A BATALHA DO REINO LOBIANO CONTRA O EXÉRCITO DOS NEFILINS

Tudo corria perfeitamente bem entre as tribos e criaturas fabulosas, daquele mundo mágico mas...

Algo muito ruim estava acontecendo, entre dois fortíssimos reinos localizados a leste, em terras distantes além das montanhas do jovem Curumim!

O filho de Urumarac estava bastante atento às mudanças climáticas, sendo assim quando a suavidade do vento trazido do Leste tocava sua face, ele sentia um odor, com cheiro da guerra a se espalhar, o jovem ficava desassossegado sem saber o que fazer.

O capitão Urumarac também estava sentindo a amarga fragrância da guerra,vindo de algum lugar dentre o mundo mágico, ele só não sabia qual era dos reinos vizinhos, que em tempo de paz proclamaria a guerra entre eles.

Curumim e seu pai, usando a telepatia, convocaram a Águia Coroada e o Falcão Falante para que as fabulosas aves voassem o mais alto que suas asas alcançassem, em virtude de saber o que havia de errado.

As aves ao ouvirem o forte chamado, vieram depressa voando acima das árvores encantadas da floresta da rainha Ziar, chegando no ponto mais alto acima das montanhas com olhar biônico, elas como um poderoso radar vasculharam tudo.

Para surpresa de todos em suas proximidades, as coisas pareciam de certa forma transcorrer na mais perfeita ordem, mas como isso seria possível? É forte o cheiro que emergia dos reinos do Leste, inconformado o Curumim da Montanha disse:

_ Meu pai, há algo acontecendo e nós não estamos conseguindo ver! Eu tive uma ideia, pois o senhor nunca partiu em uma jornada de aventura comigo sobre a companhia de meus fiéis amigos.

Urumarac então lhe responde dizendo:

_ Realmente, essa é a mais pura verdade meu primogênito, me diz o que você está pensando? Não vai me dizer que está querendo que eu vá com vocês em busca de novas aventuras?

O Curumim da Montanha aproveitando a oportunidade diz:

_É nisso que estou pensando! Vamos partir nessa aventura seguindo o vento do norte, quem sabe ao longo do caminho não encontraremos novas criaturas ou formas de vida que nossos olhos ainda não viram?

Urumarac sorriu e falou:

_Vamos, mas você sabe que em nosso mundo existem seres fabulosos, que não gostam nem um pouquinho de intrusos fuçando seu habitat, cada um é livre para viver da forma que bem quiser, sem que outros atrapalhem ou interfira na sua maneira de viver.

E após haver a concordância entre eles, partiram rumo aos reinos do Leste. O jovem Curumim voou sobre as asas da Águia Coroada enquanto seu pai Urumarac voava também sobre as asas do Falcão Falante ambos contemplando do alto a majestosa beleza das verdejantes árvores.

Então, de repente, olhando para o chão enxergaram uma fumaça que se estendia além das nuvens, em seguida aterrissaram nas trilhas que seguiam em direção da fumaça. Eles não sabiam que estavam pisando nas terras inóspitas dos Nefilins, esses seres não gostavam dos outros seres fabulosos, e ainda devoravam tudo que se movesse perto deles.

O coração de Urumarac começou a pulsar fortemente, o capitão sentia uma negatividade incomum naquele ambiente, usando mais uma vez o poder da telepatia para se comunicar ele ordenou que as aves olhassem do alto. Elas assim o fizeram, mas as mesmas não gostaram nem um pouco do que tinham visto.

Os seres eram enormes verdadeiros monstros, os Nefilins passaram a perseguir Urumarac e o jovem Curumim da montanha, as feiosas criaturas pisoteavam fortemente tudo por onde passavam, largando imensas pegadas sobre o chão do estranho lugar.

Desesperados eles não sabiam para qual lado ir, em qual direção correr, já que os olhos dos Nefilins, do alto enxergavam tudo perfeitamente bem. Os terríveis gigantes raivosos queriam a qualquer custo devorar os intrusos aventureiros.

Curumim e Urumarac se abrigavam embaixo de grandes rochas, no entanto isso de nada adiantava, as grandes rochas eram como pequenas pedrinhas nos dedos dos gigantes. Enquanto eles fugiam da fúria dos monstros, Urumarac falou para a Águia Coroada, tornar-se grande.

Atendendo ao pedido do experiente capitão Urumarac, a majestosa ave, ficou enorme. A mesma ordem foi dada para o Falcão Falante que também ficou no mesmo nível que a Águia Coroada.

Urumarac e Curumim novamente subiram nas costas das grandiosas aves, de posse de suas espadas eles começaram a ferir espetando os gigantes. Agora eram eles que os atormentava, Curumim com sua corda mágica deu várias e várias voltas sobre o corpo de um dos monstros, o envolvendo por inteiro em um nó bem atado.

Com isso a enorme criatura tombou dando de cara no chão,os dentes do monstro eram podres e grandes, sem contar o bafo fedorento que saía de sua boca. O monstro sobre o solo, passou a falar bravamente um dialeto nunca visto antes, ele começou a gritar parecia chamar alguém, e não demorou muito para o pior acontecer. Veio um exército deles para resgatar o gigante que estava amarrado, o chão passou a tremer os enfurecidos vinham ao encontro do Curumim da Montanha e de seu pai.

Por incrível que pareça, os aventureiros não imaginavam que era justamente aquela estranha terra onde os mesmos pisavam, que estava havendo a guerra entre seus habitantes e o vento do leste levava o cheiro da discórdia até sua morada na terra do Curumim da Montanha.

Com a chegada dos outros Nefilins o general de nome Krucactus. Que estava comandando o exército dos gigantes disse com sua voz a rasgar os limites do som.

_ Qual criatura insolente ou burra o suficiente existente dentre o mundo mágico, ousaria adentrar sem ser autorizado, no habitat das terras do leste na morada dos Nefilins?

Curumim então falou:

_ Olá ser gigante viemos em paz!! Só estamos de passagem.

O general que estava escondido em campana militar, para não serem pegos de surpresa pelas tropas do reino Lobiano disse:

_ Eu não me importo quem sejam vocês, que vem das montanhas próximas do reino da rainha Ziar, filha da mãe Rater e Tenemes, serão despedaçados em meu reino.

Ouvindo isso os quatro tentaram voar depressa, mas não seria algo fácil de fazer, pois eles foram surpreendidos e cercados, nesse trágico momento que estavam emboscados, o gigante pegou o Falcão Falante pelas asas raivosamente, com muito ódio em seu olhar, em seguida, apertando fortemente como se fosse torcer o pescoço da majestosa ave, chacoalhando para um lado e para o outro dizendo:

_ Vejam meus irmãos, nós não vamos ao encontro da comida então os deuses trazem a comida até nós...

E os outros gigantes passaram a sorrir em virtude disso. Vendo seu fiel amigo em apuros a Águia Coroada com seu bico e garras afiadas, foi tomada pelo desespero partindo para cima daquele gigante, ela então começou a desferir várias e dolorosas picadas sobre a face e a cabeça do General o líder dos Nefilins. Na tentativa que o mesmo soltasse o Falcão Falante e assim o gigante fez, mas...

Sua crueldade era tanta, que ele acabou arremessando o Falcão Falante a uma enorme distância de onde estavam. E com sua arma de bárbaro em mãos, cheia de espinhos pontiagudos de ferro, o General deu golpes com sua arma em direção da Águia Coroada. No entanto, a majestosa ave era rápida demais para se deixar atingir pelos bruscos golpes do gigante. Desta mesma forma vendo a Águia Coroada em apuros o capitão Urumarac, em posse de sua lendária espada que recebeu outrora da tribo sentinela do mar.

Destemidamente foi ao encontro do General, e o espetou fortemente na ponta do dedão do pé, encravando a sua espada afiada justamente no cantinho da unha do gigante, que estava encravada. Isso fez o monstro sentir uma enorme dor, e deu um solavanco tão forte que arrancou Urumarac e sua espada do dedão de seu pé arremessando-os a uma altura acima de suas cabeças.

Com isso o capitão foi nas alturas, rolando como se fosse uma pena a voar, mas antes que ele caísse no chão, o Falcão Falante já recuperado o fôlego surgiu como um trovão aparando a queda de Urumarac sobre suas asas e pondo-o no chão em segurança.

Em seguida ele voou e passou suas garras afiadas sobre a sobrancelha do General, largando na face do mesmo um profundo ferimento, tão profundo que dava para caber uma criatura de pequeno porte dentro dele.

Foi ai, quando o General se retorceu de dor e olhando para trás em direção de sua tropa, os outros gigantes apontaram para sua face, que na mesma hora via seu sangue frio derramar, caindo de sua enorme cara.

Aquilo havia ferido a honra e o orgulho dos monstros, que de imediato sem dar nenhuma oportunidade de diálogo desencadearam um ataque em massa contra o Curumim, Urumarac e as majestosas aves.

O pior ainda estava por vir, apesar deles possuírem uma vasta experiência com batalhas os quatros aventureiros, que se aventuravam no leste em terras estranhas. Estavam sozinhos e em apuros, em uma enorme e perigosa enrascada, pois a desvantagem era tamanha naquela inóspita terra, e eles se quisessem sair vivos, precisariam de ajuda.

No entanto, os mesmos a quem recorrer, mas eles permaneceram lutando bravamente, enquanto tinham força, já os terríveis monstros enfurecidos queriam a todo custo destruir os seres, que para eles eram estranhos intrusos.

Os gigantes também queriam devorá-los, para que não mais lhes tirassem o sossego, para isto os viajantes da montanha, tinham que sair daquele fornalha de gigantes raivosos sedentos por sangue quente, tinham que seguir pra bem longe daquele lugar.

De repente uma poderosa flecha, que surgiu não se sabe de onde, cravou no centro da testa de um dos Nefilins, fazendo-o tombar sobre as pontiagudas rochas já sem vida. Nessa hora os terríveis gigantes foram acudir o guerreiro de sua legião, foi a oportunidade perfeita que Curumim e seus amigos precisavam para sair dali, mas não foi tão fácil tal façanha.

Os gigantes e feiosos guerreiros atiraram na direção deles várias flechas, as quais eram como se fossem troncos de árvores inteiras com pontas afiadas. Então do alto as duas aves ainda com o Curumim e Urumarac sobre suas costas, pediram para que ambos tapassem seus ouvidos e em seguida elas posicionadas em uma altitude segura aproveitando o soprar do vento, iniciaram um estranho canto ensurdecedor.

O canto das majestosas aves, quando penetrou no interior da audição dos Nefilins passou a incomodá-los muito, com isso os monstros ficaram perversamente enfurecidos então passaram a lançar enormes pedras para o alto. Mas apesar de seus tamanhos desprovidos das outras criaturas comuns, eles não possuíam uma inteligência avantajada, o som que saia dos bicos da Águia Coroada e do Falcão Falante, com a ajuda do vento não permitia que as pedras chegassem até eles.

Empurrando desta forma com o toque da gravidade as rochas pra baixo fazendo com que elas caíssem nas cabeças dos enfurecidos gigantes, que por seu próprio e impensado ataque foram alvejados, sendo então obrigados a se retirar do lugar o mais depressa possível, ou caso contrário teriam suas cabeças esmagadas pelas enormes rochas que foram lançadas para o alto. O general olhando pra cima disse:

_ Nos vingaremos de vocês, pequenas criaturas habitantes das Montanhas.

E assim Curumim, Urumarac e as aves voaram para um lugar onde eles estivessem de fato seguros, já que agora os aventureiros sabiam em quais terras estavam pisando. Conforme eles voavam no céu daquela terra, a única paisagem que seus olhos viam era a imagem da catastrófica destruição e desolação espalhada por todas as partes desse icônico lugar.

Os Nefilins foram os responsáveis por seu próprio mundo ter as terras banhadas de sangue, com a crueldade e sede de guerra infinita, eles tinham há milênios desencadeado a sua própria miséria e holocausto dentre a sua espécie, assim o mal caiu sobre eles, extinguindo-os do meio das outras criaturas viventes.

O Falcão Falante viu em direção ao sul, bem distante das terras inóspitas dos gigantes, uma pequena vegetação totalmente diferente do que existia nas proximidades de suas montanhas, eles decidiram ir até esse misterioso lugar depois de muito tempo voando por cima das árvores.

Eles pousaram, e antes que as patas das aves tocassem o solo, todos foram surpreendidos por uma enorme matilha em perfeita formação, as feras estavam em ordem unida. Era um verdadeiro exército comandado por um general vencedor de muitas batalhas, adornado com uma fantástica armadura que parecia deixá-lo blindado, bestificado Curumim perguntou para Urumarac:

_ Pai o que são esses seres? Eu nunca os vi em lugar nenhum por onde andei. Eles são cães gigantes que andam sobre duas pernas, como se descendessem dos homens?!

Urumarac então falou:

_ Não Curumim esse é o reino dos guerreiros Lobianos a tribo do Sul, eles são feras hibridas. Ouvi há muito tempo lendas sobre essa raça, mas com o passar dos séculos e milênios achei que a origem dessa espécie havia se perdido, como isso é possível? Esse é um dos reinos mais poderosos existente no mundo da magia.

Enquanto os intrusos conversavam entre si, o exército das tropas Lobianas permanecia imóvel, passando alguns longos minutos, uma voz falou por trás das tropas:

_ O que aqueles que vem das montanhas próximas das árvores encantadas da rainha Ziar vieram fazer em meu Reino? Quem são vocês? Criaturas que voam sobre as costas de enormes pássaros?

E por mais que os aventureiros olhassem na direção de onde saía o som daquelas palavras eles não conseguiam enxergar, mas a voz continuava a falar:

_ Vi de que terras vocês vieram, as grandiosas aves junto da pequena criaturinha e a outra criatura maior. Vem das terras inóspitas, onde reinam os monstros de outros tempos, nossos inimigos Nefilins. Vocês são espiões deles? Prendam todos e os joguem nas masmorras.

Era o rei Lobiano dando as ordens, e seus súditos cumpriram levando até seu rei, antes de confiná-los nas prisões do Castelo, juntos aos outros terríveis prisioneiros do reino. Quando chegaram ao fim da última fileira dos soldados, lá estava excelentíssimo rei protegido por sua guarda real, na verdade ele nem precisava de toda aquela proteção,pois era o maior dentre os seus.

O benevolente rei, diferente de seus inimigos Nefilins, deu a vez da palavra pra que os intrusos, e antes de ir para as masmorras lhes disseram verdadeiramente o que faziam em suas terras. Em uma era que pra eles a guerra reinava entre os dois reinos, entre o reino Lobiano e o reino dos monstros gigantes os Nefilins.

Urumarac falou sabiamente:

_ Oh grande Rei Lobiano, majestade que reina sobre esta verdejante terra, saiba que nós não somos seus inimigos, somos apenas aventureiros por esse mundo a trilhar. Os gigantes nos atacaram, quando tocamos o chão das terras inóspitas. Quase morremos, mas nós em verdade nem sabíamos o porquê que os monstros estavam nos atacando.

Tinha uma legião deles, Nefilins de diversas formas e tamanhos, no entanto os mesmos raivosamente queriam nos destruir e nos devorar a todo custo, nós nos defendemos como bravos Guerreiros, mas confesso que se não fosse o canto sônico das majestosas aves o Falcão Falante e a Águia Coroada para nos salvar da tempestade de flechas gigantescas e das enormes rochas, não estaríamos aqui contando essa história para vossa excelência.

O rei disse:

_ E esse pequeno ser que lhe acompanha como se chama?

Urumarac responde dizendo:

_ Esse é meu primogênito em nossa terra todos o chamam de O Curumim da Montanha, e eu sou Urumarac!

O rei falou com o Curumim:

_ Se aproxime pequeno ser, quero olhar em seus olhos, e saber o que pensa.

Assim como ordenou o rei Lobiano fez Curumim. Quando o chefe da matilha olhou dentro dos olhos do jovem, ele viu que eles não estavam mentindo. O rei Lobiano ficou fascinado com o que tinha visto, ele viu o Curumim e todos os habitantes das terras próximas das montanhas e próximas da floresta encantada da rainha Ziar.

Lobian voltou atrás com suas palavras, desfazendo as ordens que horas antes havia dado. O rei Lobian permitiu que Curumim, Urumarac, e as aves ficassem entre eles, no entanto com uma condição: que eles ajudassem seu reino na batalha contra o reino dos Nifilins.

O rei tinha um plano militar em mente, para extinguir os gigantes para longe de seu mundo, e aprisionar de vez os terríveis monstros mandando de volta a era do primeiro sábio, que existiu em todo o universo.

Curumim e Urumarac ficaram de acordo com a proposta, eles queriam juntos uma verdadeira aventura então a guerra entre aqueles dois fortíssimos reinos saciaria seu desejo de aventura em busca do desconhecido, sendo assim o rei pediu pra que as majestosas aves, fossem bem tratadas assim com o pai e o filho.

Os leais súditos do rei Lobiano permitiram que Curumim e Urumarac subissem em suas costas e eles foram levados até o castelo, chegando ao fortificado castelo, eles foram bem recebidos, alguns lobianos ficaram bastante intrigados, pois eles não tinham visto seres assim em suas moradas, e na mesa junto aos outros guerreiros lobianos e do rei Lobian, compartilharam suas estratégias de guerra.

Nesse assunto o capitão Urumarac era perfeitamente bom, e no mundo da magia não existia ninguém melhor do que ele para liderar uma batalha, exceto seu próprio primogênito, mais o pior ainda estava por vir. Enquanto, eles decidiam como iria ser o ataque contra os Nefilins, os gigantes já seguia rumo o reino Lobianos destruindo tudo em seu caminho, a guerra já tinha batido na porta do Castelo do reino.

Dez soldados lobianos foram deixados vivos pelos monstros, para que o recado chegasse até o rei, sua tropa que defendia o norte de suas terras tinha sido despedaçada pelos monstros.

Lobian que também era um guerreiro e herói de seu povo ficou furioso, e declarou a pior guerra que seu reino já viu, em milênios de existência. O rei montado na carruagem sendo levado pela legião de matilha, foi com seu guerreiro à frente da guerra, as enormes matilhas agora tomadas pelo ódio almejavam degustar o sabor amargo do sangue frio dos Nefilins. Eles com seus caninos afiados estraçalhavam centenas de gingantes, Curumim ficou responsável por comandar a infantaria da poderosa matilha, que ao sinal do jovem combatiam os gigantes, e ele os via tombarem no chão.

As pedras lançadas pelos gigantes também esmagavam centenas de guerreiros das matilhas dos lobianos, o terror e o caos estavam tomando conta do lugar, o rei Lobian lutava bravamente para defender sua civilização.

A manhã daquele decorrente dia parecia não passar, o tempo parecia que estava congelado, foram muitos os mortos, centenas de milhares, mas eles não podiam parar para descansar, ou caso contrário tudo estaria pedido.

Mesmo sendo pegos de surpresa pelos gigantes, os lobianos ainda tinham uma carta na manga, era hora de colocar seus planos de batalha em ação, Lobian se lembrou de que no lugar que repousavam os corpos, dos grandes reis lobianos que reinaram antes dele, existia uma isolada tumba do seu tataravô, e que seu pai dizia quando ele ainda era um filhote:

_Lobian quando as coisas parecerem perdidas para nosso reino a chave para nossa vitória ou derrota está no vale das divindades, lá há uma relíquia que guarda o segrego da condenação perpétua dos Nefilíns.

Essa relíquia sagrada é a única coisa que os míseros gigantes tem medo, seu temor sobre o artefato fará com que eles recuem da guerra, ou seja, destruídos e lançados para sempre, mais só havia um problema.

O vale das divindades era um pouco distante da localização onde a batalha estava acontecendo, eles precisavam de alguém que fosse muito veloz, para tal feito, o Falcão Falante mandou que Lobian pulasse sobre suas costas, assim o rei e o Curumim da Montanha foram até o vale das divindades.

Após muito procurarem encontraram um manuscrito, com vários dizeres sobre o tempo futuro, mas isso não interessava para o Rei, eles estavam à procura de um artefato, uma relíquia, e nada de encontrar.

Lobian na cegueira que lhe tomava, na ânsia de livrar seu reino da fúria dos monstros, achava que o que estavam procurando seria uma espada sagrada ou coisas típicas de uma guerra, mas não,ele já tinha achado o objeto que salvaria seu reino, Curumim muito curioso pensou consigo mesmo: “Já que não achamos o que queríamos, não custa nada levar esses manuscritos”.Então falou:

_ Grande Rei e general supremo do exército de lobianos porque não levamos estes manuscritos? Quem sabe não sirvam para alguma coisa?

O rei sorriu como se ouvisse uma criança falar, então ironicamente disse:

_Para que jovem Curumim da Montanha? Para enxugarmos as lágrimas dos gigantes? Não seja bobo esses manuscritos são só papéis.

Mesmo assim Curumim com a permissão do Rei levou, ele tinha esperança que seu pai pudesse ler o que estava escrito naquelas folhas de papéis milenares, eles retornaram para a batalha para surpresa de todos. Os gigantes, que já estavam saboreando a vitória, sentiram um forte impacto tocar no seu profundo interior, os Nefilins passaram a olhar para o céu como se estivessem ouvido alguém falar com eles.

Curumim e o rei ainda do alto nas costas do Falcão Falante sobrevoam e quando chegou ao ponto chave do céu onde o astro rei Sol mais ilumina, uma coisa formidável aconteceu aos olhos de todos os guerreiros, o manuscrito passou a ser conduzido pelo vento de repente.

O milenar papel se abriu e o brilho do astro Rei Sol passou a moldar cada palavra, os gigantes agora temerosos pela vida, puseram as mãos sobre suas feiosas faces, como se estivessem arrependidos de tudo de ruim que tinham feito desde os primórdios da existência.

O rosto então se desprendeu dos manuscritos e olhando para eles, passou a chamá-los cada gigante pelo verdadeiro nome, nomes esses os quais eles já haviam esquecido, à medida que seus verdadeiros nomes eram revelados, eles simplesmente se prostravam ao pó daquela terra banhada pelo sangue de inocentes, não demorou muito e o rosto então falou:

_ Eu os condeno por toda eternidade, assim como vosso coração e natureza são frios ordeno que petrifiquem como as rochas e as montanhas. Virem gigantescos monumentos de pedras e fiquem assim para sempre.

Então os monstros diante de seus inimigos lobianos viraram montanhas e rochas, ficando assim pra sempre, e o manuscrito depois disso, foi inteiramente queimado pelos raios do astro rei Sol.

O reino das criaturas lobianas, se estendia além da morada dos Nefilins, com a ajuda dos viajantes, moradores das montanhas, a paz voltou a reinar, e assim como havia outrora prometido o benevolente Rei, o chefe supremo e senhor de todas as matilhas dos reinos lobianos, disse que o Curumim, Urumarac, a Águia Coroada e o Falcão Falante poderiam voltar para suas montanhas quando quisessem.

As matilhas recolheram todos os mortos, que perderam suas vidas na pior batalha que um Rei Lobiano tinha enfrentado. As cerimônias fúnebres duraram dias e noites, mas no fim da guerra, mesmo com todo aquele cenário de tristeza, com a perda de valorosos guerreiros, eles tinham motivos suficientes para sorrir, Lobian disse de voz alta para que todos do seu reino ouvissem:

_ A partir deste dia, em que lutamos com os mesmos propósitos ao lado daqueles que, por serem de espécie diferente da nossa, nós tínhamos como estranhos, declaro que hoje nossos amigos não são mais estranhos entre meu reino.

Sendo assim justamente firmaram nossa aliança, e assim Curumim, Urumarac, e as majestosas aves subiram o mais altos que pudessem e bateram asas de volta às montanhas. Com essa fantástica aventura eles sabiam que além de suas montanhas, além das arvores encantadas da rainha Ziar, e atém mesmo das moradas do exército rastejante existia um mundo repleto de seres e criaturas fabulosas a serem encontradas. Na volta para seus lares correu tudo bem e sua felicidade aumentou quando os aventureiros viajantes avistaram o topo de suas montanhas, o coração de cada um dizia que a jornada só estava começando.

ESSA É UMA OBRA DO ILUSTRE!

AUTOR E ESCRITOR:

Nilson Costa

Nilson Costa
Enviado por Nilson Costa em 24/10/2019
Código do texto: T6778134
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