O Lebre e o Tartaruga.
 
Era uma vez uma vaga de emprego e dois candidatos: Senhor Maurício Lebre de Albuquerque e o senhor Francisco Tartaruga da Silva.

Senhor Maurício Lebre de Albuquerque era sobrinho do vice-presidente da empresa e o senhor Francisco Tartaruga da Silva era filho da dona Neusa do cafezinho. Como a empresa valoriza muito o mérito, propôs uma prova de habilidades específicas com conhecimentos básicos de informática: aquele que resolvesse primeiro uma pilha de fichas de contabilidade ficaria com o cargo.

Sr. Tartaruga não era muito bom em digitação, mas o Sr. Lebre, acostumado com o teclado desde os sete anos de idade, pensou “Ah moleza! Faço isso em cinco minutos!”, e resolveu entrar um pouquinho em suas redes sociais. Sr. Tartaruga, porém, digitava com um dedo de cada mão, incansavelmente.
Faltando dez minutos para o fim do prazo o Sr. Tartaruga estava quase terminando o trabalho, enquanto o Sr. Lebre, pego de surpresa pelo relógio no meio de um vídeo de gatinhos, começou a digitar tudo freneticamente.

Faltando cinco minutos para o final do prazo o Sr. Tartaruga se pôs a imprimir o balancete final, enquanto o Sr. Lebre ainda digitava a todo vapor, como se fosse um polvo, sem sequer olhar para o teclado direito.

O Sr. Tartaruga terminou e entregou seu balancete para o chefe, que muito surpreso deu-lhe os parabéns e a vaga de assistente administrativo. O Sr. Lebre apareceu logo depois, justificando-se que a impressora dera “pau” e por isso não terminara o trabalho. O chefe, então, olhou seriamente para ele e afirmou:

- Infelizmente regras são regras, o Sr. Tartaruga fica com a vaga!

***
No dia seguinte, o orgulhoso Sr. Tartaruga chegou ao escritório às nove horas da manhã e se pôs a trabalhar. Qual não foi sua surpresa quando, ao meio dia, chega o bem aprumado Sr. Lebre e o cumprimenta:

- Falaê, Tartaruga! Empolgado com seu novo emprego? Eu também!

- Te deram um emprego de assistente administrativo também, amigo?

- Ah não, essa vaga era uma só, e é sua. Eu sou assistente júnior da presidência.
 
Moral da história: Melhor nascer Lebre do que Tartaruga.
 
Dara Pinheiro
Enviado por Dara Pinheiro em 12/10/2020
Reeditado em 12/10/2020
Código do texto: T7085686
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