AS TRÊS PENEIRAS DE “SÓCRATES".

A história das três peneiras, embora frequentemente atribuída a Sócrates, não é encontrada nos diálogos escritos por Platão ou em outras fontes primárias diretamente relacionadas a Sócrates.

Embora não possamos atribuir essa parábola diretamente a Sócrates, com base nas fontes clássicas, ela encapsula bem os princípios morais e éticos que o filósofo promovia, particularmente o seu compromisso com a busca pela verdade, bondade e utilidade.

Segundo a parábola um homem aproximou-se de Sócrates trazendo uma informação que acreditava ser do interesse do filósofo:

-Tenho algo para te dizer sobre um amigo teu!

-Aguarde um instante - interrompeu Sócrates - Antes de me contar, quero saber se passaste essa informação pelas três peneiras.

-Três peneiras? O que isso significa?

-Vamos filtrar o que tens a dizer. É essencial usar as três peneiras. Se não as conhece, ouça com atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Estás certo de que o que queres me contar é verdadeiro?

-Na verdade, ouvi isso de outros. Não posso afirmar com certeza.

-A segunda peneira é a da BONDADE. Decerto passaste o que ouviste pela peneira da bondade. Isso que queres contar é benéfico para alguém, é positivo ou útil?

Com vergonha, o homem admitiu:

-Confesso que não.

-A última peneira é a da UTILIDADE. Pensaste se é realmente necessário falar sobre isso a respeito do meu amigo?

-Útil? Na verdade, não é. Então, Sócrates concluiu:

-Se o que desejas me contar não é verdadeiro, nem benéfico, nem útil, melhor que guardes apenas para ti.

Essa parábola moderna de autoria desconhecida inspirada nos ensinamentos de Sócrates nos convidam a uma pausa, a um respirar entre o pensamento e a palavra, alinhando nossa expressão a um ethos de respeito mútuo e consideração.

A história simples e socrática se torna, então, uma lembrança persistente da importância de comunicar com propósito e generosidade, um eco que reverbera o chamado para cultivarmos jardins de silêncios significativos onde antes havia apenas o ruído das palavras vazias.

Raquel Rocha

Raquel S Rocha
Enviado por Raquel S Rocha em 13/04/2024
Código do texto: T8041042
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