LIBERDADE.

Urro Portentoso

Livreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.

De que?

De quem?

Quem já nasce preso ao cordão

Tem destino Livre?

O que será a liberdade

Senão uma forma de prisão?

Limites todos temos

E leis a obedecer,

A da gravidade,

A do retorno,

As outras de Newton,

As de nossos tiranos, "representantes do povo".

Livre pra quê?

O que será a liberdade

Senão a perspectiva de cada um?

Cervantes, viu-se livre na clausura.

Dela, Sócrates não fugiu

Porque jamais a perdera.

E o que dizer de Graciliano?

E soltos, livres, por dentro nos embotamos

Julgando-nos prisioneiros.

O que fazer?

Saber-se "livre" e "livre" viver.

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"Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas

com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos

estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei,

ainda nos podemos mexer"

GRACILIANO RAMOS.

jose antonio CALLEGARI
Enviado por jose antonio CALLEGARI em 26/01/2006
Reeditado em 26/01/2006
Código do texto: T104045