Autêntico!(não "faço média" com ninguém!)
Tenho(infelizmente)ciência que não sou poeta
Coloco no papel só tristeza
Palavras desprovidas de beleza
De uma criação abjeta.
*
São lágrimas de um tolo
Que vaga ferido pela Terra
Cuj'alma imensurável sofrimento encerra
Cujo ósculo do Anjo Negro será o único consolo.
*
Sou autêntico,não "faço média" com ninguém
Nao sei escrever sobre alegria e amor
Sei apenas descrever a dor
Por isso não sou lido também.
*
Não faço para os outros agradar
Faço porque bem me faz
Ao coração traz um pouco de paz
Pois a alma necessita desabafar.
*
Assim como o martelo e o cinzel
Do escultor são companhia
A caneta e o papel
Me trazem um pouco de alegria.
*
Me fazem em arte(?) transformar
Os passos dessa estrada maldita
A minha desdita
Preciso de algum modo expressar.
*
Mas confesso que desanima
Abrir a pagina no 'Recanto"
E não ter nenhuma leitura,lamento tanto
Que meu verso(?) viv'alma não fascina.
*
Mas enquanto puder mover essa miserável carcaça
A caneta manejar
Continuarei a (se posso dizer isso) versejar(?)
Sobre ess'angústia que me despedaça.
*
Continuarei até que uma bala na boca enfie
Ou a Morte por si mesma meu suplício abrevie.
*