A Lamparina de Diógenes

Há mais de dois mil anos o homem já tinha a sua fama de desonestidade. O filósofo Diógenes, da antiga Grécia, para provocar os seus concidadãos, saiu em plena luz dia com uma lamparina acesa, num gesto de que procurava alguma coisa. Indagado sobre o motivo daquela atitude, respondeu: “Procuro um homem honesto”. Agora, com lanternas modernas, sem o risco de faltar gás na lamparina, ainda temos dificuldade para encontrar esse homem. E, quando o assunto é política, bota dificuldade nisso. Nos conchavos para a formação dos “chapões” dos pré-candidatos, com o objetivo de derrubar quem está no poder, a cada dia surge um traidor. “Quem ontem estava com quem, hoje mudou para alguém”. E o pobre do eleitor não tem alternativa. Vota por eliminação. Tem de escolher entre o menos ruim. O facho de sua lanterna ainda não vai além da Lamparina de Diógenes.

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 04/05/2010
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