Educação

“Se o aluno não aprendeu, é porque o professor não ensinou.” Francisco Antônio Lucaz Netto, professor e Reitor do ITA.

Sabemos do rigor daquela instituição, uma das mais conceituadas do país, que tem como principio básico: “O aluno é o mais importante elo de toda a atividade educacional aluno-professor-currículo.” Mas, infelizmente, não é o que ocorre em geral com o ensino no Brasil. A propósito, levei esse tema para dois professores de hoje, um do ensino fundamental e outro do ensino superior. Nenhum dos dois aceitou o argumento de que a culpa é do professor, apesar de reconhecer que isto também está fundamentado nos princípios da didática. E deram como exemplo: “Numa sala de aula em que há de 30 até 60 alunos é preciso que eles realmente queiram aprender. Não basta a intenção nem a boa qualificação do professor”.

Voltei à faculdade já depois de aposentado, numa dessas de ensino particular, em que alguns alunos admitem o chamado “PP” – pagou, passou. Via o interesse de apenas adquirir o canudo, pouco importando com o conhecimento.

Achava interessante a avaliação que era feita dos alunos para os professores. Os bons recebiam baixa pontuação, por serem mais exigentes. Os mais condescendestes recebiam melhor pontuação. Com certeza esses alunos jamais seriam aprovados em cursos do ITA, onde não eram admitidos feriados não previstos no calendário escolar. Dizem que em 1954, no dia do suicídio de Getúlio Vargas, a escola funcionou normalmente e, apesar de tudo, como disse um professor, “a soma dos quadrados dos catetos continua igual à soma do quadrado da hipotenusa”.