Palavras que gostaria de fazer minhas

“Se no mundo todo ninguém concordar comigo, isto será para mim totalmente indiferente. Tenho um ótimo lugar na Suíça, sinto-me bem, e se meus livros não agradarem a ninguém, agradarão a mim. Não há nada melhor do que estar em minha biblioteca, e se faço descobertas em meus livros, isso é maravilhoso. Não posso dizer que eu tenha uma psicologia freudiana porque nunca tive dificuldades em relação aos meus desejos. Quando menino vivi no campo, e tomava as coisas muito naturalmente, e os fatos naturais e antinaturais de que fala Freud são para mim despidos de interesse. Falar de um complexo de incesto aborrece-me até as lágrimas. Mas sei perfeitamente qual o caminho para tornar-me neurótico: é dizer ou crer em alguma coisa que não concorde comigo, com o que sou. Vejo determinada coisa e digo o que estou vendo; se alguém concorda comigo, sinto-me feliz e se ninguém aceitar, isso será indiferente para mim”.

C. G. Jung em “Fundamentos de Psicologia Analítica – as Conferências de Tavistock”, Editora Vozez, RJ – 1972.