Ensinar a ser

Wilson Correia

Ensinar não é reproduzir a reprodução de aprendizes indefinidamente, como numa linha de montagem e desprovidos de identidade, subjetividade e singularidade, mas, sim, a tarefa, sempre árdua, de promover o protagonismo existencial daquele que se encontra no papel de aluno. Como diz Deleuze, em 'Diferença e repetição', "Nada aprendemos com aquele que nos diz 'faça como eu'. Nossos únicos mestres são aqueles que nos dizem: 'faça comigo' e que, em vez de nos propor gestos a serem reproduzidos, sabem emitir signos a serem desenvolvidos no heterogêneo". Desse modo, penso, ensina bem quem ensina o outro a ser o que ele é.