Deputada é inocente?

Wilson Correia

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto” (Rui Barbosa).

Uma deputada envolvida em práticas de mau uso da coisa pública é absolvida no Brasil. Na China, porque se envolveu em atos da mesma natureza, um executivo é condenado à morte (Li Hua, ex-presidente da China Móbile). O oito e o oitenta saltitam diante de nossos olhos.

Desejo, ardentemente, que, em meio às 72 outras possibilidades, uma delas seja, somente, a certeza da punição.

E, parafraseando Rui Barbosa, às avessas, entendo que:

De tanto ver o torto ser reto, cansado da mentira feita verdade, exaurido pela injustiça imposta como equidade, impotente perante o poder de mãos desalmadas, o humano chega a acreditar no valor sadio, a reverenciar o respeito nutritivo e a indignar-se visando a encontrar forças para tomar parte na luta pelo bem comum.