Sequestro
Raptaram as flores que tinha, as rosas o verde amigável, a paz de ser digna.
Raptaram o conceito de vida, a amizade que tinha, beijos elouquentes.
Raptaram a lógica divina, tudo o que possuía, um sorriso que chora e voa.
Raptaram todos os sentidos, as paredes que me ouviam, o calor vivido.
Raptaram o sossego, o Humanitarismo, o humor de ser livre.
Raptaram-me sem mesericórdia, o barco em que remava, a vela se tornou vossa, impotente na maré vazia.
Raptaram, sequestraram, roubaram o importante de SER o mal em TER e não ter, ficou sózinha.
Raptaram-me de olhos abertos, imaginem o que sería se estivesse vendada, com tímpanos nos ouvidos, murtalha de ferro na boca, e algemas nos membros.Estaría numa outra vida.
Raptaram-me tudo isso, manca, amassada de dôres, suplico.