Frases reflexivas Vol.2—III

XXI – É impressionante como as pessoas de hoje em dia são frouxas e manipuláveis. É só iniciar-se uma moda, e logo os frouxos a repetem. São pessoas amorais, ora conveniente, imorais, ora conveniente, moralíssimos. Creio que isto provenha da falta de uma crença forte e firme, algo que consolide a pessoa como indivíduo, e não como grupo. O indivíduo só tem suas opiniões próprias, resiste aos modismos passageiros; já o indivíduo com mentalidade grupal — sinal de personalidade fraca e falta de caráter e, eu diria até, certa carência — não tem mentalidade própria, por isso é amoral, ele tem a moral — sendo ela que impõe limites às nossas ações — que o grupo tem, e, como um corpo, cada célula obedece a um comando central e são desprovidas de pensamento próprio.

XXII – O povo de hoje em dia é tão burro, que eles acham que guerras podem ser paradas com frases do tipo "paz e amor", "não à guerra", com flores e homenagens...morrerão todos, se continuarem assim. GUERRA SÓ SE PARA COM GUERRA, VIOLÊNCIA SÓ SE PARA COM VIOLÊNCIA. As pessoas querem fazer demagogia até com ações práticas e vitais.

XXIII – O fim do mundo ocorrerá quando Deus desistir dos homens, e ver que não há mais bondade alguma em seus corações. Merecedores apenas do fogo.

XXIV – Os poemas são as primeiras flores da primavera cultural, sendo os primeiros a se manifestarem em um ambiente fértil.

XXV – Assim como os jornalistas, os cientistas não devem ser opinadores nem transformadores da sociedade, mas apenas informantes. O primeiro informa dados, e o segundo, acontecimentos. Se estes deixam a posição de informadores e passam a ser formadores de opinião, sempre contrariam e retiram qualquer nobreza de suas profissões.

XXVI – Nunca subestime a capacidade do homem de corromper e de ser corrompido, de ser bom e de ser mal.

XXVII – A saudade é mista: mistura a alegria de algo ocorrido, quer seja uma situação, ou situação relacionada a uma pessoa, e tristeza por esta situação não voltar mais.

XXVIII – O problema dos capitalistas — não do capitalismo, uma vez que é o único meio viável de se fazer prosperar as nações — é o exagero. Eles querem ganhar dinheiro com tudo e de todos, e em todo momento.

XXIX – A confusão arquitetônica de hoje em dia é por causa da confusão mental. Antes, a arquitetura era feita com seus detalhes por causa da beleza que provinha destes detalhes, tal como podemos ver na arquitetura grega, romana, gótica, barroca, renascentista, clássica, etc. Mas hoje em dia os arquitetos não têm a menor noção do que projetam. Concebem estruturas tortas, deformadas, que, em outros tempos, não ficariam de pé, dada suas deformações, mas que, graças a tecnologia, toda esta confusão é sustentada no real. Logo presumo, uma vez mais, que a confusão na arte é proveniente da confusão atual do mundo moderno, e não digo da vida moderna nas metrópoles, nem a vida turbulenta do trabalho hoje em dia, já que aflições e angústias as pessoas sempre tiveram. Antes, a despeito da confusão cotidiana, nós, ocidentais, tínhamos uma base bem sólida, Cristo, que, independente dos males cotidianos, sempre nos tranquilizava com sua constância eterna, quando com ele estávamos, os males do mundo passavam, e, como uma criança embalada pela mão, víamos os males todos ficar em terra, enquanto nós nos apegávamos fortemente àqueles braços afetuosos que nos faziam ser muito mais que a confusão vil e banal do dia a dia; mas hoje, não mais. As pessoas, sob pretexto de modernidade, abriram mão do bem eterno para se apegarem as velhas e vis banalidades, tornando o meio, que é o dia a dia, o fim, o objetivo. O ser humano não liga mais para a beleza, uma vez que seu fim não é mais belo, mas apenas uma banalidade cotidiana.

XXX – O ser humano sente agonia na presença da confusão.