Frases reflexivas Vol.2—XII

CXI – A discussão racional pressupõe (a) um interlocutor honesto, obediente às regras da argumentação e da prova; (b) acesso comum às informações pertinentes. Aristóteles já ensinava que não se deve argumentar quando essas condições não são cumpridas, o que é exatamente o caso do Brasil de hoje. — Olavo de Carvalho

CXII – As obrigações de um pai na educação dos filhos são:

(1) Dar o exemplo e não exigir que o sigam com perfeição;

(2) Ser gentil sempre, para que aprendam a ser gentis. Não gritar, para que não aprendam a gritar;

(3) Protegê-los, de preferência sem que eles percebam;

(4) Guardar uma certa distância, uma atitude de dignidade, não só para impor respeito, e sim também para lhes dar espaço de viver suas próprias vidas, mas estar sempre à disposição deles quando o procuram;

(5) Compreender que você está aí para amá-los, e não para fazer deles a imagem de tudo o que você não conseguiu ser;

(6) Quando pedem alguma coisa, dar a mais;

(7) Perdoar sempre e sem demora. Isso funciona. — Olavo de Carvalho.

CXIII – Não pensem os modistas que são fortes, pois para ser levado pela maré basta estar no mar e não fazer. A folhas que caem na água não são fortes, pois são levadas de cá para lá, indo ao sabor e destempere da correnteza, mas fortes são os lajedos, que, mesmo diante da forte correnteza, resistem por anos, lidando com o forte e com o fraco, mas permanecendo fiél a si e não à correnteza e o que quer que ela traga consigo.

CXIV – Já ouvi dizerem que o tempo não existe, mas que ele é apenas uma construção do homem.

Obviamente isto é falso, e tal falsidade pode ser exposta na mera percepção. De antemão, é preciso esclarecer que quando se diz tempo, se fala da sucessão dos acontecimentos — pois creio que seja daí que provenha a confusão que se precipitou e originou ao “não existe tempo!”, vem da confusão entre existir tempo (o momento do agora, que é diferente do de antes e do depois) e o tempo é constante existência. O tempo é registro da existência, da realidade ele apenas a registra, mas não a altera. A confusão está em pensar no tempo (portanto, na realidade) como se fosse um “tubo” ou “salame”, cortado em bilhares e trilhares de fatias, como se cada milésimo de segundo captasse um momento da realidade para si, e, assim, se se voltasse no tempo, voltar-se-ia para a “fatia” contendo a realidade anterior, mas o tempo é apenas registro da mudança da realidade, mas não é a própria realidade, da mesma forma que a nota fiscal não é o produto, mas um registro da mudança de proprietário do produto, antes, de um, agora de outro. O tempo é um fato, isto é, sabemos que o momento que vivemos agora é diferente do que vivemos antes, isto é, as coisas mudaram, talvez sem percebermos tal mudança, mas mudaram. A mudança pequena de momento pode não ser muito perceptível, mas pode ser totalmente exposta pela nossa memória, pois sabemos que mudamos. Nascemos pequenos, carecas, ou com poucos cabelos, com cara de joelho, mas isso muda com o passar do tempo, isso é, com a mudança da realidade, disto nossas rugas e cabelos brancos, nossa fadiga e fraqueza são fiéis testemunhas, de que, sim, existe o tempo.

CXV – A Europa hoje, de um modo geral, é a casca oca de algo que esteve cheio de vida, é apenas o fantasma de um gigante que abalou o mundo, mas hoje é apenas uma sombra esperando para se desfazer nas lágrimas de agonia de seu povo.

CXVI – O artista e sua arte:(a princípio esta seria uma frase, mas rendeu demais, e acabou se tornado o artigo “O artista e sua arte”.

CXVII – A lembrança é um pedaço da coisa amada, com qual ficamos na ausência de nosso amor, pedaço esse que também é chamado de boa lembrança, ou SAUDADE.

CXVIII – Não há lâmina mais afiada e mortal que a verdade, podendo transpassar de fora afora um indivíduo em questão de segundos, e ainda fazendo com que ele desmanche no movimento da lâmina, pois, por mais grande, velha — por mais que o próprio tempo concorra contra a mentira, como se fosse o gelo no sol —, complexa, um único contato com esta lâmina, que jamais enferruja ou envelhece, toda a mentira pode ser imediatamente fulminada. Todos já experimentaram esta lâmina, o como ele é capaz de transpassar de fora a dentro sem encontrar resistência alguma. Aos que não se lembram do gosto desta lâmina, relembro com um exemplo: quando crianças, mentimos a nossos pais, quando pior a mentira, maior o medo do golpe desta lâmina. Quando nossos pais descobrem a mentira, sentimos, em segundos, toda a mentira se desfazer, e vemos as nossas tentativas de reparo ou reforma da mentira sendo totalmente inúteis. É uma sensação terrível, é uma precipitação e extremização daquela sensação que o mentiroso sente todo o tempo, isto é, é o cume do medo de ser exposto, é o acontecimento do medo. Os mentirosos devem temer aos verdadeiros, pois a capacidade de fulminá-los em segundos está nas mãos dos verdadeiros.

CXIX – No Brasil, vivemos um problema sério. O lugar que, numa situação normal, seria dos conservadores, é ocupado pelos que são de centro, que nada mais são que esquerdistas. Mas se vestem como se fossem de direita e, assim, se blindam contra qualquer suspeita. Isso não é por acaso, mas premeditado. Colocam-se falsos direitistas no lugar dos verdadeiros como forma de prevenção, para que quando aparecem verdadeiros, estes sejam taxados e expelidos do lugar de direito.

CXX – O problema destas pessoas, ateus, globalistas, ecologistas, ONU, ONG’s, etc, não é contra outra coisa senão o cristianismo, vide como eles tratam as culturas mais homicídas e destrutivas como se fossem o primor da humanidade, devendo serem respeitadas e preservadas, mesmo que tais religiões nunca tenham construído nada de bom ou, em certos casos, algo de útil; mas quando se trata do cristianismo, mesmo este tendo os valores que tem, tendo tido os frutos que tem, os primores e riquezas por este criado, eles não querem saber, só focam nos erros locais de pessoas que, geralmente, FIZERAM O OPOSTO DO QUE SE PROPÕE O CRISTIANISMO, e numa inversão tendenciosa, apresenta os inimigos do cristianismo como se fossem os próprios cristãos.